Erra quem acha que o romance está morto. É bem verdade que ele anda mal das pernas, mas figuras como Jay Dubiner o mantém vivo; pulsante. Em 2010, ele comprovou sua crença no amor ao lançar-se ao futuro sem medo de dar um tiro n’água. Antes de ao menos ter uma pretendente em vista, ele reformou todo o seu apartamento para que o loft de 140 m² localizado no Flatiron District, em Nova York, pudesse melhor receber uma... esposa!
A teoria de Duniner era: “se você construir a casa, logo aparecerá alguém para ocupá-la”. Além disso, era hora de revitalizar seu lar de qualquer modo. Dubiner já estava locado no mesmo endereço há mais de uma década sem ter cuidado da pintura de parede que descascava em diversos pontos, por exemplo. A decoração estava incompleta e arranjada de modo relapso. Muitos de seus quadros ainda não estavam nem expostos.
“Eu nunca arrumei a casa porque sou um procrastinador e estava esperando fazer isso com alguém”, conta. Mas dizer que ele não fez nada em nome da sua morada dos sonhos seria mentir. Ele reuniu diversas páginas arrancadas de revistas de decoração para serem utilizadas como referências. Essas folhas de canto rasgado foi o que o solteiro apresentou à designer de interiores Stephanie Goto quando a contratou.
Como seu cliente veio munido de exemplos foi fácil definir a linha de atuação, conta a designer. “Moderno, sem excessos decorativos, com uma cozinha clean feita com vidro, aço inoxidável ou superfícies laqueadas”, foi o que ela sugeriu a ele. A proposta foi aprovada. Foi então que Dubiner soltou a informação reveladora: ele não queria um “recanto do solteiro convicto”, mas um “lar, doce lar, do casal”.
A companheira imaginária de Dubiner teve grande influência na definição de alguns ambientes. No banheiro foram instaladas duas pias. “Minha irmã me disse que ter duas pias salvou o casamento dela”, explicou ele a Goto. Dubiner também fez questão de que houvesse bastante espaço livre no closet – sabe como são as mulheres.
Para si, o cliente fez duas demandas: uma cozinha grande onde pudesse cozinhar e uma estante para guardar suas coleções – pelo menos mil CDs e cerca de 200 livros de fotografia. Além disso, a designer precisou incorporar ao projeto certos objetos e móveis queridos de Dubiner. Entre eles um banco de engraxate, a mesa de jantar com tampo de vidro e as cadeiras de alumínio Emeco Navy.
A renovação, que custou 350 mil dólares, foi finalizada em 2011. E como não poderia ser diferente, seis meses depois Dubiner conheceu Sarah Elliott. Em menos de um ano ela se mudou para o apartamento dele – o qual ela adorou. “Enquanto eu reformava o espaço, pensava que se a minha futura namorada não gostasse do lugar, ela provavelmente não seria a mulher certa para mim”, brincou Dubiner.
No meio de 2013 nasceu o primeiro filho do casal e por isso os talentos de Goto foram novamente necessários. A segunda reforma do apartamento se deu enquanto Sarah ainda estava grávida. Uma pequena área da sala de estar foi separada do ambiente social com novas divisórias. A estante com desenho inspirado na obra de Mondrian ficou dentro do quarto do bebê. Nas prateleiras baixas agora há outra coleção: animais de pelúcia.