Na hora de criar suas peças, Samuel Treindl conta com uma ferramenta nada convencional: a arbitrariedade. Quando começa a produzir seus armários, estantes, relógios e luminárias, ainda não sabe no que vai resultar. Ele prefere deixar que o ritmo de produção dite as regras. Foi desse pensamento que surgiu a linha Parasite Production.
Assim como em organismos parasitários da natureza, a coleção é pressuposta em objetos que se aproveitam de outros para existir. Nela, Treindl recorta formas geométricas na superfície dos móveis já existentes usando laser. Assim, simultaneamente, surgem dois novos objetos que dividem o mesmo material de origem: um novo móvel, que ganha cortes decorativos, e utensílios feitos com o que sobrou dos recortes. Por exemplo: ao fazer uma abertura em forma de círculo em uma estante, o material circular que é retirado se transforma em um relógio.
A estratégia bolada pelo designer alemão tem origem na história da produção fabril. Assim como a indústria recorta placas de metal para fazer coisas, Treindl também o faz, mas de forma econômica e sem gerar tanto resíduo. “Meu objetivo não é projetar móveis, mas sim me utilizar do processo de produção industrial para a geração e criação de objetos de uma maneira inteligente”, conta. As peças-parasita foram expostas recentemente na IMM Cologne 2014, uma feira internacional que acontece todo mês de janeiro em Colônia, na Alemanha.