Em um apartamento aconchegante em Paris, a mente pulsante da designer Inga Sempé trabalha a mil. A designer francesa escolheu sua própria casa para trabalhar porque ali ela consegue inspiração para criar objetos que complementam as lacunas que o cotidiano doméstico exige. Como um curioso que estuda tudo ao redor, ela analisa cada detalhe de seu lar para chegar às criações. Conhecida pelas opiniões fortes, a designer criou recentemente a cadeira Ruched, para a marca francesa Ligne Roset.
Desmistificando a ideia de que cadeiras não são tão confortáveis quanto os sofás, Sempé criou uma peça que foge dos padrões. Sua experiência com vários tipos de tecidos, que vão desde veludos até os couros, foi primordial para criar a Ruched. Como se tivesse colocado um cobertor sobre os braços e o encosto, a designer acolchoou essas regiões e conseguiu chegar a uma peça extremamente aconchegante. Com sua praticidade característica, ela explica que o objetivo foi sugerir uma peça que pudesse competir com o sofá como ator principal da sala de estar.
Inga Sempé ficou conhecida em 2000 por trabalhar com Marc Newson e Andrée Putman. Seu desejo de criar peças para si impulsionou o trabalho em seu atelier doméstico, onde ela desglamuriza o papel do designer. “Sempre tive vontade de ter meu trabalho exposto nas vitrines e não como peças que poderiam estar em um museu”. Assim, seu olhar voltado para as necessidades do dia-a-dia atraiu grandes marcas, porém ela afirma veementemente que não era esse seu objetivo. “Estou criando pra mim”, revela. Dessa forma descomplicada a artista conseguiu remover as fronteiras com o público, desenhando criações cada vez mais simples, bonitas e utilitárias.