Antes que houvesse ali uma construção, tratava-se de um terreno sufocado pelos seus vizinhos. Apesar de ter uma vista incrível, a proximidade das residências à direita e à esquerda desvalorizavam o lote em Bronte, na Austrália. Assim, a primeira tarefa dos arquitetos do escritório Rolf Ockert Design foi encontrar um modo de simular liberdade e amplitude. Para isso, se valeram de duas técnicas: abusaram dos pés-direitos altos e dispuseram de modo estratégico as aberturas, tornando possível ver apenas o céu e o mar.
No piso social veem-se altas paredes de concreto que têm acima de si faixas de vidro. A ideia é tapar as construções vizinhas e deixar apenas o céu à vista. Já a face leste da morada, que volta-se para a praia, é totalmente aberta. Esse recurso permite não apenas o desfrute visual dos cenários naturais, mas a entrada da brisa marítima, para refrescar o interior da casa. Tal ventilação pode ser regulada com a abertura ou fechamento das portas de correr e das persianas.
Na cobertura há uma piscina e muita folhagem. Essa combinação de elementos acaba criando um micro clima refrigerado em volta da casa. Internamente, os dois andares da morada têm usos bastante definidos e diversos. O piso inferior é onde o casal se refugia a sós. Lá a suíte principal enterra-se no solo parcialmente. Ainda assim, o ambiente é claro e agradável. O piso superior, chamado de "piano nobile", concentra todos os espaços sociais. Os moradores deste lar costumam receber muitos convidados.
Uma rica paleta de materiais de tons terrosos auxilia a tornar a casa mais aconchegante apesar das muitas aberturas que tem. Foram empregados ali concreto, pisos e tetos de madeira e acabamentos metálicos rústicos. Tais elementos contrastam com o mobiliário fino que decora todos os ambientes da residência. A casa, além de ser o refúgio do casal ainda lhes converte renda nos meses em que viajam. Figuras abonadas disputam a oportunidade de hospedar-se num ambiente de arquitetura com tamanha qualidade.
