Ao desfilar no Carnaval deste ano o enredo baseado na música All You Need Is Love, dos Beatles, a escola de samba Rancho das Flores, de Sabará, MG, exibirá outra faceta de Marco Aurélio Viterbo: a de carnavalesco. O designer de interiores, que retomou o seu lado folião na agremiação, nasceu na cidade mineira com cerca de 130 mil habitantes – espécie de mina d’água de sua criatividade, à parte as influências internacionais. “Minha família é de artistas e cresci em meio ao barroco típico da região”, lembra.
Certa grandiloquência revela-se em seus projetos, ainda que eles possam ser mais minimalistas. Não chegam a apresentar rebuscamento, mas, sim, uma vigorosa superposição de estilos. Móveis e objetos de períodos e procedências diversas unem-se à presença da arte. Tradução disso reside em seu apartamento de 240 m² nos Jardins, em São Paulo. Basta ver a foto da calorosa sala de TV: há chaises de design italiano, baús mineiros, abajur de porcelana powder blue, desenhos lisérgicos criados pelo dinamarquês Verner Panton (1926-1998) e um tapete chinês de azul profundo. Já a biblioteca aponta vermelhos ou violáceos no tapete de Stephanie Odegard, nas almofadas sobre o sofá francês da década de 1940, no ikat que reveste duas poltronas antigas e até no quadro de Carolina Ponte. O ambiente também exibe mesa de centro de S. Dinucci, autor de peças nada modernistas no Brasil dos anos 1940 e 1950. “Às vezes, dizem que misturo demais”, conta Viterbo. “Mas, se orna e faz bem, por que não?”.
* Veja a reportagem completa em Casa Vogue #343 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)