É inegável que, nos últimos anos, os holofotes do décor cool voltaram-se novamente para a beleza kitsch, como ter na parede um troféu de caça ou uma cabeça empalhada de um animal. Mas a prática nada ecologicamente correta cedeu espaço para a criatividade de artistas e designers contemporâneos, que reinventaram o acessório de decoração usando outras matérias-primas para representar ursos, leopardos, cervos e o que mais a imaginação ditar.
No caso de Deer’s Road, a mais recente exposição do artista espanhol Antonyo Marest, o viés ecofriendly dessa reapropriação vai mais além. Autointitulado um caçador urbano, ele construiu seus próprios troféus metalinguísticos com o que encontrou pela cidade. Pedaços de bicicletas antigas – vestígios de seu meio de transporte favorito – foram transformados em 22 cabeças de cervo diferentes. “Meu trabalho é muito voltado para a reciclagem do que as pessoas não querem mais usar. Como odeio dirigir, mas adoro viajar, a bicicleta tornou-se meu transporte oficial”, conta à Casa Vogue o artista que abandonou a arquitetura para dedicar-se à arte multiplataforma.
Cada uma das cabeças foi feita usando uma técnica diferente. Pintura acrílica, spray, colagem e marcador são apenas alguns exemplos que representam suas múltiplas influências artísticas e ajudam a imaginar as batalhas urbanas travadas por Marest. Múltiplos, também, são os resultados. Cores vibrantes, texturas e padrões distintos transformaram bancos, guidões, rodas dentadas e canos em personagens pop de aventuras singulares. E cada um deles pode ser arrematado por um preço que varia entre 300 e 400 euros no site do artista.
Antonyo Marest: Deer’s Road
Data: até 8 de maio
Local: La Bicicleta Cycling Cafe & Workplace
Endereço: Palaza de San Idelfonso, 9. Madrid, Espanha
Entrada gratuita
