Visto que uma biblioteca multimídia é uma evolução das mais tradicionais, é desejável que se ergam em edifícios que acompanhem tal inovação de conteúdo. Um ótimo exemplo disso é a Biblioteca Multimídia de Pontivy, na França, que acaba de ganhar um prédio hi-tech com belas linhas arquitetônicas, criado pelo estúdio Opus 5 Architectcs.
A tranquilidade é algo mais que desejável para a leitura e para o estudo. Por isso, o prédio foi erguido como uma ponte que convida o visitante a fugir da agitação da cidade, ao leste, e refugiar-se ao oeste, na tranquilidade de um canal que por ali passa. Ao sul, uma tela feita de lâminas de aço cria uma partição entre o lado de dentro e o lado de fora do prédio. O espaço híbrido traz o melhor dos dois mundos: a serenidade de um bosque e proteção de um salão.
Como uma boneca russa, a construção é feita de várias camadas. A primeira, de finas barras transversais, protege o interior do sol e da perturbação da área externa. A segunda, uma caixa de vidro, abriga os espaços públicos, o lobby e as áreas de leitura. A terceira, opaca, protege os tesouros multimídia do prédio, as áreas técnicas e as salas dos funcionários. Além de delimitar espaços, essas camadas criam um jogo de luz que penetra por todos os lados, inundando de claridade e sombra e criando um jogo de diferentes filtros luminosos e angulos de observação.
Por todo o comprimento da biblioteca multimídia, dependura-se um mezanino suspenso por cabos. Abaixo, duas pequenas tocas de concreto, como instalações de arte, são as únicas partes realmente fechadas do prédio. Nem só de luz vive o homem. Um momento de introspecção também é bem-vindo.