Já tem programa para o fim de semana? Que tal espantar o frio e mergulhar em um roteiro artsy?
Comece na Galeria Nara Roesler. Amanhã será o último dia para ver a mostra a exposição No lugar em que já estamos com pinturas de Bruno Dunley. Para fechar com chave de ouro, o artista fará, a partir das 11h30, uma mesa redonda com o curador Agnaldo Farias e a artista Leda Catunda. O tema? Seu universo pictórico que questiona a própria natureza da pintura e códigos como o gesto, a materialidade e a representação.
Ali ao lado, no Roesler Hotel, não deixe de ver a mostra Spectres, que abriu durante a SP Arte, mas felizmente continua em cartaz! Sob curadoria de Matthieu Poirier, confira obras de ninguém menos que Pierre Huyghe, Hiroshi Sugimoto, James Turrell, Dan Flavin, Hiroshi Sugimoto, a dupla Florian & Michael Quistrebert e Julio Le Parc (queridinho do curador!) – propondo um novo olhar sobre a arte abstrata, todos exploram a elasticidade e os limites da percepção. Um exemplo? Suba no segundo andar e procure as obras de Turrell. Nelas, o que seria o suporte tradicional da pintura, a tela, se transforma em placa de vidro com um feixe luminoso, que aparece e desaparece de acordo com a posição do espectador, no lugar da esperada camada de tinta. “É um espectro da pintura, uma ghost painting ao invés de light painting”, diz Poirier.
Suba até o Bottega Bernacca (um restô super charmoso com apenas 24 lugares e que serve massas e sanduíches acompanhados de vinho – perfeito para um dia de inverno artsy). Almoce com calma e se prepare psicologicamente para entrar na Galeria Luisa Strina que abriga, até o dia 21 de junho, a belíssima (e um tanto emocionante) instalação de Fernanda Gomes, onde diversos materiais, às vezes em forma de objetos do cotidiano, servem ao propósito da imaterialidade – sempre sob um jogo de luz, composição de espaço e brancura total. “Seria contraditório, se não fosse complementar. O pensamento busca a visão concreta para se realimentar. A imaginação se pauta pelo real, e cria realidades. Tudo se transforma, é a lei. A vida é absurda, por que tentar entender a arte? Melhor fazer, viver, amar”, diz a artista. Ao lado, a individual do colombiano Bernardo Ortiz traz os esquecimentos de uma sociedade que, em guerra, está sempre fugindo e acaba abandonando objetos simbólicos da cidade no caminho...bonito de ver.
De lá, siga para a Mendes Wood e confira as chiquérrimas obras do inglês Jesse Ash que tratam de memórias de um relacionamento fracassado e fazem referência a formas de transparência material, pessoal e política. Cansou? Falta pouco! Amanhã é também o último dia para visitar Antes da Razão, individual da mais nova aposta da trupe da Emma Thomas: o carioca Pontogor – pesquisador incansável dos limites entre fé e razão usando a poesia como uma de suas fontes de pesquisa. “Pontogor poderia identificar-se com a figura do filósofo pré-platônico em busca de perguntas que possam dar respostas à sua percepção do mundo sensível”, descreve a curadora Marta Ramos. Para quem se animar, o artista estará na galeria a partir das 15 horas para um bate papo.
Agora pode descansar!