Alguns chineses parecem dispostos a levar o slogan "nada se cria, tudo se copia” a um nível nunca antes visto. Estão, literalmente, copiando de monumentos ocidentais conhecidos mundialmente à cidades inteiras. Essa tendência da arquitetura local é assunto do interesse dos artistas londrinos Phil Thompson e Sebastian Acker, que decidiram fazer um filme e um livro mostrando essas réplicas, a explicação para o fenômeno e as consequências na vida das pessoas envolvidas.
O ponto de partida, claro, foi visitar a China, onde conheceram primeiramente as “imitações” para depois partirem para as construções originais. Ali puderam ver a cópia da cidade inglesa Thames Town e da austríaca Hallstatt, o Dafen Oil Painting onde obras primas são copiadas em larga escala, três torres Eiffel, duas Tower Bridges, alguns horizontes de Manhattan, entre outros.
No filme, ao mostrar as cidades, Thompson e Acker discutem as razões socioeconômicas para o surgimento dessa tendência. Já o livro traz entrevistas com os moradores tanto das cidades originais quanto das réplicas, com arquitetos envolvidos, e relatos dos autores sobre suas impressões durante as viagens.
Para eles, as réplicas são muito mais do que uma aparente falta de criatividade. São uma forma de homenagear o que os chineses consideram belo no ocidente. “Nos últimos 50 anos a China passou por uma mudança econômica que proporcionou a muitas pessoas migrarem para classes médias e altas. Sem modelo de prosperidade adotaram atitudes sociais do ocidente. Isso, aliado à cultura de turismo em território nacional, levou ao início das cópias arquitetônicas”, explicam os artistas londrinos.
Eles ainda explicam que copiar não é novidade em estudos e produções de edifícios e cidades. Só que agora, com todos os recursos tecnológicos disponíveis, está bem mais fácil de executar os projetos.