Antes de começar sua carreira de arquiteta, Zaha Hadid estudou matemática na Universidade Americana de Beirute, na capital libanesa. A anglo-iraquiana voltou ao campus, dessa vez para criar um espaço dedicado a reunir as pessoas com os mais diversos pontos de vista para discutir os problemas do Oriente Médio.
O recém-inaugurado Instituto Issam Fares para Política Pública e Assuntos Internacionais (ISF) tem poucos ângulos retos, fachadas inclinadas de concreto e vidro e paredes marcadas por losangos arredondados em relevo. O edifício de 3 mil m² contrasta fortemente com as construções dos arredores, no estilo modernista ou historicista.
O objetivo do espaço é desenvolver pesquisas e debates sobre o mundo árabe. Entre os temas tratados estão as crises de refugiados do Oriente Médio, as mudanças climáticas, a segurança alimentar e a falta de água. O escritório de Zaha venceu o concurso para construção da sede ao propor um edifício que favorece o encontro entre os transeuntes.
Dois dos seis andares foram projetados em balanço. Além de passar a impressão de que a construção flutua, essa disposição cria uma praça no térreo. Cercada pela sombra das árvores, a área se torna um ponto de atração e descanso no campus. Isso permite o contato entre as pessoas e sugere que a instituição está aberta para quem desejar entrar. No último andar, Zaha criou mais um espaço que reúne. O terraço serve como mirante para o Mar Mediterrâneo.
Não é só nesses pontos que a arquitetura convida o visitante. As salas de pesquisa do segundo piso conectam-se diretamente ao exterior através de uma rampa escultural que passa entre a vegetação. As rotas internas se cruzam em um átrio, permitindo que estudantes, pesquisadores, visitantes e funcionários novamente se vejam e, quem sabe, troquem ideias.