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#designouarte : Anton Alvarez

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  (Foto: Bruno Simões)

 

Quando o design vira arte? E a arte? Pode se apropriar da linguagem do design? Existe um limite? Ainda na ressaca da Art Basel e, com ela, a já tradicional Design Miami – ambas na Basileia –, abro espaço, aqui, para uma série de “estudos de caso” para tentar estabelecer o limite (se é que ele existe) entre estes duas formas de expressão tão próximas, mas com essências e objetivos diferentes.

Muitos dizem que a grande diferença é a necessidade de função que o design tem e a arte não...mas e quando as peças de design são mais escultóricas que funcionais? As artes plásticas, por sua vez, carregam o "fardo" do questionamento...podem não ter função prática, mas são, sem dúvidas, as formas de expressão que mais analisam e criticam (ou ao menos nos faz olhar para) do mundo em que vivemos, incluindo o próprio design e a arte. Mas e quando o designer, concentrado na funcionalidade das coisas, também levanta questões relevantes? Estas indagações envolvem, muitas vezes, o processo de criação. O resultado? Você vai ver aqui!

Para começar, apresento o trabalho de Anton Alvarez...designer que pipocou no meu computador e encantou meus olhos durante a cobertura de Casa Vogue da London Design Week de 2012

  (Foto: Eric Severin)

 

 Filho de pai chileno e mãe sueca, Anton pode ser considerado uma espécie de Pollock do design. Não apenas pelo apelo plástico de suas peças, mas pela inovação no processo orientando o resultado final. Assim, se o expressionista abstrato se destacou pela forma como pintava – respingava tinta sobre a tela deixando-a escorrer –, Anton chamou a atenção da turma do design quando apresentou sua The Thread Wrapping Machine: uma máquina que, como o próprio nome diz, possibilita a união de qualquer tipo de objeto envolvendo-o com linha e cola.

Apaixonado por carpintaria, o designer que chegou a estudar artes plásticas começou a juntar pedaços de madeira para construir bancos, cadeiras e luminárias. Bingo. Desenvolveu um novo método para uma arte tradicional...e o resultado estético fresh foi apenas uma consequência. Logo, assim Pollock deu um twist na pintura, Anton deu um salto além do convencional design de móveis. 

  (Foto: James Champion)

 

  (Foto: Märta Thisner)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

“Comecei a pensar na máquina porque queria unir pedaços de madeira de forma diferente...sem pregos. Ela, no entanto, me dá liberdade para trabalhar também com alumínio, latão e tubos de plástico”, conta em um bate papo no Skype. Usando linhas de cores fortes, cola e combinações cromáticas chocantes – amo os azuis com laranjas, dupla cromática queridinha também dos impressionistas ao lado do vermelho e verde  –, as peças são verdadeiras esculturas. “Gosto de cores que contrastam entre si, que combinam de forma explosiva”

Tudo gira (literalmente) em função da máquina (assista o vídeo aqui) . Não à toa, Anton lançará um livro sobre a Thread Wrapping Machine, pela editora Arvinius, durante a próxima London Design Week. E foi também a própria máquina que o fez se interessar por peças mais arquitetônicas.

“Quando fiz a primeira máquina em 2012, eu segura os pedaços de madeira dentro dela – que girava em torno de minhas mãos. Ano passado comecei a pensar nas possibilidades de aumentar a escala desse processo. Fiz, então, a  Thread Wrapping Architecture, que gira em torno de mim. Ou seja,  agora eu não domino mais a obra, e sim fico dentro dela”, explica. O resultado são peças de proporções arquitetônicas e ainda mais esculturais.  Se interessou? A mais nova  Thread Wrapping Machine está exposta na galeria Gustavsbergs Konsthall  até dia 14 de setembro com direito a esporádicas performances de Anton com sua querida criatura.

Mas afinal, você faz design ou arte? “Minhas peças são design porque, apesar do processo ser bastante livre, eu sempre penso em uma função para elas antes mesmo de começar a rodar a máquina. Não me importo, entretanto, que as vejam como arte”. Eu vejo!

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: Märta Thisner)

 

  (Foto: MärtaThisner)

 

  (Foto: Märta Thisner)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: GustavAlmestål)

 

  (Foto: Gustav Almestål)

 

  (Foto: Gustav Almestål)

 

  (Foto: Gustav Almestål)

 

  (Foto: Gustav Almestål)

 

  (Foto: Gustav Almestål)

 

  (Foto: Paul Plews)

 

 

 


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