
O anúncio da morte do arquiteto Paulo Mendes da Rocha neste domingo pegou todos de surpresa, uma triste surpresa. Embora ele estivesse tratando um cãncer de pulmão, e apesar de seus 92 anos, Paulo demonstrava vigor, especialmente nas ideias e nas palavras. Ela era um homem de palavras diretas, sem arrodeios, que falava com propriedade e era ouvido por todos. Um grande mestre, vencedor do Pritzker e de tantos outros prêmios, tinha uma legião de fãs, no Brasil e fora dele. Uma exposição com seus trabalhos já estava sendo organizada na Casa da Cultura em Lisboa.


Entre as instituições que se pronunciaram sobre a grande perda, estão CAU, IAB e a Casa de Cultura de Lisboa, que divulgaram nostas nas redes sociais. O Intituto Virginia e Vilanova Artigas nos mandou a seguinte mensagem: "Tivemos o prazer de conviver com o Paulo ao longo de grande parte da sua vida e fica agora um grande vazio. O que ele nos deixou foi algo muito além das suas maravilhosas obras. Nos deixa a memória de uma amizade que passou por gerações." , mensagem enviada por Marco Artigas, neto de Vilanova Artigas.
MEMÓRIA DA ARQUITETURA: É com imenso pesar que o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil noticia o falecimento do arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha ocorrido na madrugada deste domingo, 23 de maio. Nascido em Vitória em 25 de outubro de 1928, o arquiteto estava com 92 anos de idade. Entre outras honrarias, Paulo Mendes da Rocha recebeu o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-americana em 2000; o Prêmio Pritzker (“o Nobel da Arquitetura”) em 2006; o Leão de Ouro da Bienal de Veneza de 2016; o Imperiale Praemium (Prêmio Mundial de Cultura em Memória de Sua Alteza Imperial o Príncipe Takamatsu do Japão), também em 2016; e a Medalha de Ouro Real de 2017 do Royal Institute of British Architects (RIBA). Em 5 de maio ele foi anunciado como o ganhador da Medalha de Ouro UIA 2021 que seria entregue no UIA2021RIO. Paulo Mendes da Rocha era um dos expoentes da chamada “escola paulista”, grupo de arquitetos modernistas liderado por Vilanova Artigas".⠀

De Portugal, no museu onde encontra-se muito de seu acervo e registros de seus projetos, a Casa da Arquitetura, em Lisboa, Portugal, publicou uma nota nas redes sociais sobre a grande perda e lembrou que já tinha uma grande mostra do trabalho dele agendada para 2023. "Foi com enorme dor e profunda consternação que a Casa da Arquitectura soube do falecimento do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, o seu primeiro sócio-honorário, esta manhã, em São Paulo, aos 92 anos de idade. A Casa da Arquitectura expressa as mais sentidas condolências à família, amigos e colaboradores, solidarizando-se com todos os que, ao longo de décadas, conheceram, trabalham e privaram com tão excecional personalidade. Amigo da Casa da Arquitectura, instituição com que mantinha uma relação próxima há muitos anos e a quem doou o acervo integral do seu trabalho em setembro de 2020, Paulo Mendes da Rocha era o mais premiado arquiteto brasileiro de sempre. Recebeu ao longo da vida as mais altas distinções no domínio da arquitetura, designadamente o Prémio Pritzker 2006, o Prémio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-americana em 2000, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e o Imperiale Praemium em 2016 e a Medalha de Ouro Real de 2017 do Royal Institute of British Architects (RIBA). Este ano, foi agraciado com a Medalha de Ouro da UIA, cujo congresso se realiza em julho no Rio de Janeiro. É considerado um dos expoentes da chamada “escola paulista”, grupo de arquitetos modernistas liderado por Vilanova Artigas. São da sua autoria projetos como Ginásio do Clube Atlético Paulistano, o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), a reforma da Pinacoteca do Estado, o Sesc 24 de Maio e o Museu da Língua Portuguesa, todos em São Paulo. Projetou ainda o Cais das Artes, em Vitória (Espírito Santo), a sua cidade natal. Em Portugal, assinou duas das poucas obras que fez fora do Brasil: o Museu dos Coches e a Casa do Quelhas, em Lisboa. A Casa da Arquitectura tem programada para 2023 uma grande exposição monográfica dedicada a Paulo Mendes da Rocha. O mundo e a arquitetura ficam irremediavelmente mais pobres".