O nome Leonilson dispensa muitas explicações quando se fala em arte contemporânea brasileira. O artista, que faleceu em 1993, ficou famoso por sua multidisciplinaridade e pela constante sobreposição entre o que é autobiográfico e o que é ficção em sua obra. No mês de julho e agosto, São Paulo recebe duas mostras que focam nas últimas criações do pintor e escultor e em seu talento ao explicitar as vulnerabilidades da vida.
A primeira delas, Verdades e Mentiras, na Galeria Superfície, foi construída sob a curadoria da artista Leda Catunda – sua amiga pessoal –, e reúne obras garimpadas em coleções particulares em diferentes formatos. Algumas delas nunca haviam sido exibidas ao público.
A segunda, intitulada Truth, Fiction, no quarto andar da Estação Pinacoteca, leva ao público mais de 150 obras escolhidas pelo curador Adriano Pedrosa. Dentre as pinturas, desenhos, bordados e objetos, está a última peça concebida por Leonilson: a instalação montada na Capela do Morumbi em 1993.
As duas seleções ressaltam a intensificação da síntese e do minimalismo no trabalho do artista em seus últimos anos. A obra, um verdadeiro arquivo sobre sua vida, passa a mostrar poucas linhas e textos breves que privilegiam o vazio – não apenas imagético, mas existencial. Tudo gerado pela "morte anunciada" de ter contraído o vírus da Aids. Como diria o curador Ivo Mesquita, no livro Leonilson: use, é lindo, eu garanto, ele "se transforma no observador de seu próprio processo, revelando-se publicamente: o corpo é assumido em sua condição de máquina desejante, que contém mente e espírito e está em permanente embate com o mundo."
Leonilson: Verdades e Mentiras
Data: até 30 de agosto
Local: Galeria Superfície
Endereço: Rua Oscar freire, 240 - São Paulo, SP
Horário: de terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Leonilson: Truth, Fiction
Data: de 9 de agosto à 9 de novembro
Local: Estação Pinacoteca
Endereço: Largo General Osório, 66 - São Paulo, SP
Horário: de terça a domingo, das 10h às 17h30