Depois de duas horas de trem, a partir de Londres, a primeira pista: o néon de Martin Creed pendurado na propriedade de pedra cinzenta do século 18 – ele garante que “tudo vai ficar bem”. Mais adiante, um balde gigante que definitivamente não faz parte da rotina de alimentação dos animais: é uma escultura de Subodh Gupta. No pátio, a escultura Ship of Fools, Ship Adrift de Paul McCarthy. Fica óbvio, enfim, que Durslade não é uma fazenda comum, mas a nova sede da galeria Hauser & Wirth, em Somerset, que revela-se o novo it destino da turma artsy.
Em um dos galpões onde eram produzidos os queijos da propriedade, a primeira exposição com esculturas da inglesa Phyllida Barlow, que se inspirou justamente no “ciclo de dano e reparação” instigado pela reforma do local. O destaque, no entanto, está atrás do celeiro: um jardim com mais de 25 mil plantas cheias de vida, formas, cores e texturas. Quem assina o projeto é o arquiteto Piet Oudolf, famoso, entre outros projetos, pelo paisagismo do High Line, em Nova York, e o jardim interno do Serpentine Gallery Pavilion de 2011, assinado por Peter Zumthor. Mas o mais bacana está por vir: existe uma casa feita para abrigar os artistas que vão até Somerset para produzir as obras de suas exposições na galeria. Entre uma montagem e outra, é possível alugar o espaço mais que charmoso e, claro, cheio de peças com nomes e sobremones.
Para aqueles que optarem por uma day trip, vale visitar o mais que especial Roth Bar & Grill, sob comando da restaurateur Catherine Butler e o chef Steven Horrell que, é claro, usa ingredientes da produção local (dos vegetais ao porco!). Assim como as outras instalações da dupla Björn e Oddur Roth, o espaço gastronômico é uma homenagem ao artista suíço Dieter Roth (pai de Björn e avô de Oddur): se a paleta de cores do ambiente é a mesma das telas de Dieter, o aglomerado de objetos e detritos impregnados com tinta no e sobre o balcão é outra referência ao artista. Note: a construção de bares é uma longa tradição para a família Roth, que começou como um esforço artístico de Dieter, no início de 1980.
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Para o décor, os artistas criaram desenhos e aquarelas inspiradas na fauna, flora e mudanças de estação da região e garimparam peças aos arredores que promovem uma fusão de texturas, cores, pesos, padrões e camadas. E o que o levou a abrir a galeria na antiga fazenda? "Nós nos apaixonamos pela zona rural, onde a exposição de arte contemporânea é ilimitada", diz Iwan Wirth, dono da galeria, ao lado da mulher Manuela. Ilimitado mesmo deveriam ser as nossas férias para conhecer tantos lugares incríveis no mundo. Quem não concordar que atire a primeira pedra!