Os arquitetos do escritório Studio Four depararam-se com interiores bastante confusos quando receberam a tarefa de reformar uma casa do século 19 no subúrbio de Prahram, em Melbourne, Austrália.
Ambientes de convivência, serviço e descanso íntimo estavam misturados: quartos ficavam na frente, a sala de estar no meio e os fundos abrigavam lavanderia, cozinha, banheiro e estúdio. Voltada para o sul, a casa ainda sofria com a falta de ar e luz do sol.
Com certeza, não era lugar para uma família com duas crianças. Resolver o problema exigiu construir cômodos, derrubar paredes e abraçar um design discreto. Apesar de minimalista, a decoração tem revestimentos e móveis que esbanjam aconchego.
A morada ganhou uma extensão de dois andares nos fundos. No primeiro, ficam os quartos das crianças. O térreo tem ambientes integrados formando um L: na perna maior, fica o living, sala de jantar e cozinha. Na menor, um pátio com sala de almoço. Os espaços privados, como o quarto de casal e o estúdio foram agrupados na frente – e são acessados pelo corredor de entrada.
Ainda sobrou espaço para um pátio, ao lado do living. Os dois ambientes se comunicam por uma generosa cortina de vidro, que permite a entrada da luz. Uma das paredes do estar foi inteiramente coberta com uma prateleira de carvalho, preenchida com os livros dos moradores. Os volumes e o material trazem aconchego ao cômodo, que também ganhou móveis de design discreto, painéis de madeira e tapete de tons sóbrios.
O imóvel também faz a transição entre a casa original e a cozinha, localizada na construção mais recente. Para lidar com o pé-direito menor e o pouco espaço, os arquitetos criaram um armário lateral baixo e prateleiras horizontais sem portas. A ilha de trabalho se estende formando uma mesa de jantar. Conectada ao espaço, a sala de almoço ao ar livre tem mesa rústica e baixa, novamente de madeira clara. Um pequeno canteiro nas laterais permite comer próximo ao verde.
"A paleta de cores contida dá um fundo neutro à coleção de arte, livros e objetos da família", descrevem os arquitetos responsáveis pelo projeto. Como resultado, a luz protagoniza a decoração tanto quanto as peças favoritas.