Quantcast
Channel: Casa Vogue
Viewing all articles
Browse latest Browse all 23614

O impacto da impressão 3D no design

$
0
0
Arthur Casas: impressão 3D (Foto: Divulgação)

Atualmente, é possível para qualquer pessoa confeccionar pequenos objetos sem sair de casa. Se os modelos de impressora 3D profissionais – que possuem maior precisão e incluem a opção de supermateriais como o titânio – ainda custam uma fortuna, as impressores tridimensionais básicas do tipo FFF ou FDM (Fused Deposition Modeling) cabem no bolso da maior parte das pessoas. Um modelo de base custa em torno de mil dólares.

Arthur Casas: impressão 3D (Foto: Divulgação)

A técnica utilizada é relativamente simples: um fio de plástico ABS, cuja cor podemos escolher, é aspirado, aquecido, extrudido e, em seguida, posto sobre uma superfície na qual é resfriado instantaneamente. As combinações dos movimentos gerados pela máquina e a superfície de impressão permitem a criação de peças de no tamanho15 x 15 x 15 cm.

Arthur Casas: impressão 3D (Foto: Divulgação)

Uma vez terminada a impressão (a operação pode durar algumas horas), falta apenas eliminar as partes que foram criadas com o objetivo de apoiar a peça, lixando e aparando as superfícies. O resultado é um objeto fiel ao modelo tridimensional que foi feito no próprio computador, comprado ou baixado gratuitamente pela internet.

A primeira revolução é, a meu ver, a democratização da produção de objetos que até então eram realizados exclusivamente por meio de processos industriais de larga escala. As peças impressas, que possuem precisão da ordem de 0.07 mm, podem ser facilmente comparadas àquelas feitas por injeção de plástico! Organizações como a FabLab, conceito nascido em 2001 nos laboratórios do MIT, oferecem a qualquer pessoa uma formação para utilizar diversos tipos de máquinas de prototipagem rápida, como as impressoras 3D, e encorajam assim novos canais de produção paralela.

Arthur Casas: impressão 3D (Foto: Divulgação)

Os primeiros sinais dessa revolução geralmente limitam-se, infelizmente, à criação de bugigangas como capas de proteção de smartphones, bijuterias, bibelôs e chaveiros.

Arthur Casas: impressão 3D (Foto: Divulgação)

Como designer de produtos, a impressão tridimensional revoluciona tanto minha maneira de trabalhar quanto a de apresentar minhas ideias, permitindo-me confeccionar objetos fiéis a meus desenhos. A ergonomia de uma maçaneta, por exemplo, pode ser testada e refinada antes mesmo do início de um fastidioso e caro processo de fabricação de maquetes e protótipos.

Evidentemente, a peça impressa nunca substituirá um protótipo realizado com os materiais certos: é impossível simular a leveza de um couro, a delicadeza de um tecido, a beleza das formas da madeira ou mesmo a resistência de um metal. Outra desvantagem é que os objetos volumosos como os móveis não podem ser impressos em escala real.

Entretanto, graças à revolução da impressão tridimensional, todo designer possui os meios, sem ter que investir uma fortuna em numerosas máquinas e sem precisar improvisar-se marceneiro, tapeceiro, serralheiro ou mecânico, para produzir uma maquete convincente e, assim, dar vida às suas ideias.

* Arnault Weber é designer de produtos.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 23614


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>