{Ja.ne.la}: “abertura nas paredes dos edifícios, para deixar passar a luz e o ar”. Partindo de seu significado formal, janela é, ao mesmo tempo, um espaço por onde entra a luz e por onde se pode enxergar o exterior.
Mas se na sua origem linguística, janela é apenas uma pequena porta, hoje, seu uso se expande. Na gíria, são os espaços vagos na agenda; na computação o ambiente destinado a cada programa; no corpo humano, são nossos observadores olhos.
Para mim, janelas são vazios, não-lugares que nos permitem ver através, que nos preenchem de imagens e memórias. São molduras que delimitam belos quadros feitos de paisagem real, viva, mutável, nova a cada instante. E se meus olhos são as janelas de mim, as janelas são os olhos da casa; são pura abstração e poesia.
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Sempre tive curiosidade por esse assunto, passando muito tempo imaginando “o que aconteceu nesse lugar ou o que essa janela possibilitou ao seu habitante/visitante ver e apreender”, o que foi consolidado com minha formação em Arquitetura e Urbanismo, agregando conhecimento formal e técnica ao fascínio inconsciente. Estou sempre acompanhada de um caderno e algumas canetas marcadoras e aproveito os passeios pelas ruas da cidade, uma de minhas atividades favoritas, para fazer os registros.
Faço do Janelas de São Paulo um catálogo semanal por meio de reproduções que misturam meu trabalho como arquiteta com a delicadeza de um desenho a mão livre.
De início a escolha das janelas era muito ligada aos ícones históricos e arquitetônicos, mas com o tempo percebi que muitas "incógnitas" tinham maior valor sentimental, além do estético! Em uma delas, descobri ter desenhado a última casa da avenida São João após ler uma reportagem no blog São Paulo Antiga, e em outra pude ouvir as histórias de infância de meu pai no antigo Hospital Matarazzo.
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