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Sou Fujimoto entre natureza e arquitetura

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Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

Sou Fujimoto em contrastes e semelhanças. Suas obras, abertas para o exterior como poucos arquitetos conseguem, mimetizam as formas da natureza usando técnicas e materiais artificiais; unem solidez e permeabilidade; simplicidade e complexidade.

Face mais proeminente dos jovens arquitetos japoneses, Fujimoto contou as ideias que movem seu trabalho em palestra na noite de ontem (20/8). Ele se juntou ao escritório FGMF arquitetos e a diretora executiva do Prêmio Pritzker, Martha Thorne, no evento "Pontos de vista: faces da arquitetura contemporânea".

Patrocinado pela Deca , o encontro ocorreu no auditório do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Ironicamente, o vão livre do Masp estava ocupado por uma compacta massa de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST).

Fujimoto veio ao Brasil para trabalhar no projeto de uma casa em São Paulo. Com quatro lajes brancas permeadas por aberturas, a morada permite ver as copas das árvores nos níveis inferiores. Quase não tem paredes - apenas amplas vidraças. Faz parte do Residencial Chácara Santa Helena, condomínio de luxo que terá casas assinadas por Márcio Kogan, Isay Weinfeld e Andrade Morettin, entre outros nomes marcantes da arquitetura brasileira contemporânea. 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulgação)

Embora o projeto seja em um terreno tranquilo, o caos e as grandes aglomerações das cidades estimulam Fujimoto. O arquiteto passou sua infância andando entre as árvores  da Ilha de Hokaido, mas cursou a universidade na capital japonesa.

"Um dia percebi que Tóquio e a natureza são, de alguma forma, muito semelhantes. Andando pela cidade eu me sentia muito protegido. Pequenas estruturas [toldos e mastros] bloqueavam o sol, de uma maneira semelhante aos galhos das árvores", rememora. Hoje, ele tenta fundir arquitetura e paisagem natural.

A biblioteca da Universidade de Artes de Musashino, no Japão, por exemplo, foi pensada como uma floresta artificial. Suas estantes em ordem irregular delimitam espaços aconchegantes e outros marcados pela grande amplitude do pé-direito. A disposição garante surpresas incomuns em um ambiente tão funcional, mas típicas de um passeio pela natureza. "Em uma boa biblioteca, você caminha sem destino e, de repente descobre um livro que adora", compara Fujimoto.

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

O arquiteto também gosta de criar formas complexas através da repetição de estruturas simples. Seu pavilhão para a Serpentine Galery, no Hyde Park, em Londres, tinha a aparência caótica de uma nuvem. No entanto, foi construído sobrepondo painéis quadrangulares de metal com 40 e 80 cm de altura. "Toda a geometria muda de acordo com sua posição". Apesar de ser aberta e preenchida apenas com ar, a estrutura aparentava materialidade.

A dúvida sobre onde é dentro e fora e o uso estratégico do vazio são temas também assumidos pelo escritório paulistano FGMF, cujos proprietários têm mais ou menos a idade de Fujimoto. Seus projetos tiram a beleza de uma série de filtros, camadas e pátios, que dialogam com volumes em balanço. As estruturas emolduram a paisagem para quem está dentro; e criam efeitos de luz atraentes para quem está fora.

Em 2014, os arquitetos comemoram quinze anos de atividade relendo e incorporando novos elementos ao modernismo nacional. Seus trabalhos são reconhecidos por publicações de 20 países e prêmios como o do Instituto de Arquitetos do Brasil, o internacional Re-Thinking The Future e o Chicago Atheneum Award, dos Estados Unidos.

Martha Thorne encerrou as palestras com uma questão: qual o papel da arquitetura no século 21? Escritórios contemporâneos apontam respostas múltiplas, como a proposição de soluções para problemas humanitários, a exemplo do que fez Shigeru Ban, arquiteto que ofereceu seus projetos à Organização das Nações Unidas. "Não é mais suficiente ser um grande arquiteto, construindo um grande prédio. É necessário fazer algo mais", ressaltou para o auditório repleto de jovens arquitetos.

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulga)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulgação)

 

Sou Fujimoto, Martha Thorne e FGMF discutem arquitetura (Foto: Divulgação)

 

 


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