Cerca de 30 profissionais ligados à construção civil se reuniram hoje (29/8) para conhecer um dos maiores empreendimentos imobiliários em construção em São Paulo. Participantes da Expo Arquitetura Sustentável, eles foram conhecer o Jardim das Perdizes, na região da Barra Funda. O bairro planejado de 250 mil m² deve começar a receber os primeiros moradores no final de 2015.
O que atraiu os profissionais não foram as enormes dimensões do loteamento, mas as estratégias tomadas pelas construtoras Tecnisa e PDG para diminuir os impactos ambientais e sociais de tanta construção. O bairro recebeu a certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) da Fundação Vanzolini, que examina quesitos como economia de água, energia e qualidade urbanística.
O loteamento tem 30 torres, dez das quais estão sendo construídas. Elas cercam um parque de 50 mil m². O terreno é público, mas deve ser administrado pela associação de moradores.
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A porcentagem de área verde é exigência da legislação, mas usá-la como parque público foi ideia da construtora, de olho na oportunidade de costurar o loteamento com o entorno e, claro, valorizá-lo. O plano é uni-lo a um parque linear que deve ser construído pela prefeitura, juntando o bairro à região da Pompeia, dentro da Operação Urbana Água Branca.
Entre os cuidados do urbanismo, fios elétricos subterrâneos, postes de luz com luminárias de LED e calçadas com fossos subterrâneos onde a água da chuva se acumula, podendo ser absorvida lentamente pela terra. O pavimento do parque absorve 90% da água. Essas medidas garantem que toda a chuva que cai no loteamento seja absorvida no seu interior.
Privilegiar o pedestre foi o objetivo do bairro, projetado pelo escritório Terra Urbanismo. As ruas terão calçadas de 3 m de largura, ladeadas por uma faixa verde de 2 m e sombreadas por árvores - o empreendimento tem 2.200 espécimes. Motivos não faltam: cerca de 14 mil pessoas devem usar a região e o convite é que elas se movam a pé, de bicicleta, ou usando o transporte público - a região está próxima a linhas de metrô e ônibus.
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O empreendimento está relativamente próximo de centros culturais e shoppings e tem quatro prédios comerciais, com lojas e escritórios. A ideia que as pessoas percorram pequenos percursos para fazer compras, ir ao trabalho e se divertir.
O bairro também levou em conta aspectos sustentáveis durante a construção. Todo o entulho dos edifícios que ocupavam o terreno ficou por ali. Os 13 mil m³ foram transformados em calçamento para as ruas.
O estande de vendas, projetado pelo escritório de arquitetura Triptyque, também deve ficar por lá. Sua estrutura metálica deve ser remontada nas proximidades, com a proposta de sediar um museu ou centro cultural. Uma cidade mais agradável, afinal de contas, é o objetivo de todo bom urbanismo.