Há séculos as folhas da palmeira ráfia são transformadas em fibras muito finas, urdidas em padrões abstratos intricados pelos homens do povo bakuba, localizados no atual Congo. Quem estiver por São Paulo até 7 de dezembro pode conferir alguns tecidos pertencentes a essa tradição na mostra Arte Bakuba – ráfias e veludos, no Museu Afro Brasil.
O reino Kuba é um dos principais da África Central. Durante seu apogeu no século 18 havia uma rica produção artística ligada à corte. Nobres, guerreiros e sacerdotes ususfruiam de ráfias tecidas por dias e até meses. De tão valiosas, algumas peças eram usadas como dote.
Enquanto seus homens dedicavam-se à ráfia, as mulheres do grupo shoowa desenvolveram uma intricada técnica de bordado, os chamados veludos do Kasai. Na composição, o tecido de ráfia é usado como pano de fundo enquanto um fio muito fino da fibra cria um efeito acolchoado.
“A qualidade da produção têxtil fez que a nomenclatura ‘Ráfia Bakuba’ fosse criada por pesquisadores de arte”, conta o curador da mostra, Emanoel Araujo, que também é diretor-curador do museu. “O resultado estético dessa fiação, com seus motivos geométricos e abstratos, serviu de inspiração para muitos artistas contemporâneos”, complementa.
Arte Bakuba – ráfias e veludos
Local: Museu Afro Brasil
Endereço: Parque do Ibirapuera, portão 10 - Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, São Paulo, SP
Data: até 7 de dezembro
Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h