Apaixonado por iatismo, o proprietário dessa cabana à borda do lago Machovo, na região da Boêmia, República Tcheca, construiu um refúgio onde pudesse curtir o hobby o ano inteiro. O esportista desejava uma construção quase fundida à natureza: ela deveria interferir o mínimo possível na paisagem e ter o máximo de conexão visual com os arredores.
O desafio de equacionar os sonhos do morador ficou por conta dos escritórios de arquitetura FAM, de Praga, e Feilden+Mawson, de Londres. Os arquitetos projetaram uma cabine de 42 m² com fachada revestida de réguas de lariço. Uma porta camarão da mesma madeira se sobrepõe a uma enorme esquadria de vidro deslizante.
As réguas foram adotadas por uma questão prática: a morada envidraçada precisa ter segurança quando ninguém estiver por perto. Mas o arranjo também cria ricos efeitos de luz quando visto do interior e permite que a casa desapareça entre as árvores quando fechada.
O formato da construção faz referência à cabine de pesca que existia antes no terreno — um pedido do cliente. Muito justo, aliás. Quem não cria afeto pela casa onde passa alguns dos momentos mais prazerosos da semana?
A volumetria com teto inclinado também reflete a disposição dos interiores. O principal ambiente da casa é a sala, um espaço contínuo e sem forro. Uma de suas paredes laterais é tomada por armários e uma lareira negra. Na outra extremidade, sob a parte mais alta do teto, fica um mezanino com dormitório. Abaixo da estrutura estão o banheiro, uma pequena cozinha e um espaço de descanso com uma cama.
O piso da cabana é feito com cimento cor de areia, uma referência à praia próxima; já as paredes são cobertas por réguas de madeira seladas com óleo branco. Tanto despojamento tem um bom motivo. "O principal foco do espaço está na vasta vista para o lago e no relacionamento do interior da cabine com seus entorno natural", contam os arquitetos