Um dos pré-requisitos desta casa de veraneio foi uma construção impecável. E sendo o proprietário dono de uma empresa de construção, ele sabia exatamente o que era uma obra sólida e bem feita. Coube à dupla David Khouri e Roberto Guzman, do estúdio KGBL, desenhar e construir uma morada agradável ao cliente que, mesmo exigente, era bastante aberto à sugestões. “Ele sabia que queria uma casa de estilo tradicional, mas fora isso, nossas ideias eram sempre bem recebidas”, diz David.
Decidiu-se então que a estrutura seria toda feita em mogno, trazido da América Central e trabalhado na própria construção. “Onde agora é a garagem, existiu uma grande marcenaria, local no qual foram executadas todas as peças usadas no projeto”, diz Roberto. É por esse motivo que por toda casa pode-se ver o cuidado esmerado e sofisticado nos detalhes usados na construção.
Localizada em um lote com vistas para a Baía dos Hamptons, em Nova York, de início decidiu-se manter o espaço entre a casa e a água o mais aberto possível. Sendo assim, a morada esta situada com um generoso recuo da baía, marcada por um amplo gramado. A piscina foi projetada na lateral do terreno, não só para manter a vista da casa para a baía desimpedida, mas também a fim de dar espaço para a algazarra das crianças. Ainda com a vista em mente, foi feito um terraço no topo da casa, de onde se pode ver até o mar além.
Outro pedido do cliente foi uma área para receber amigos ao ar livre que tivesse um design cool, mas onde prevalecesse um clima informal. David e Roberto colocaram esse espaço na lateral da casa, proporcionando as mesmas vistas maravilhosas, mas com a praticidade de acesso direto à cozinha. Todo mobiliário exterior é da Janus et Cie. E, para um relax entre um churrasco e outro, foi instalada uma jacuzzi .
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Nos interiores a ideia foi criar espaços fluidos, abertos e com nichos íntimos, mas com um certo senso de amplitude para o exterior. E para a decoração a inspiração veio do hobby do dono da casa, um colecionador de Ferraris e vários carros esportivos italianos, com os quais ele já foi campeão de corridas. Sendo assim, optou-se por peças que refletissem o gosto pelo design desses veículos, ou seja, sofisticados, mas sem ostentação, e com ênfase na qualidade.
Logo na entrada se percebe essa direção, na qual um porta guarda-chuvas e um cabide para casacos e chapéus de design italiano dos anos 1950 e 1970, respectivamente, dão charme ao espaço. No hall, bancos de relevância histórica de 1909, do designer Otto Wagner, com tecido da Clarence House, fazem companhia para as luminárias de parede em bronze e vidro da década de 1950, de Gio Ponti.
No fim do hall, a sala de jantar abre-se de um lado para o jardim e do outro para o living. A mesa de jantar “UFO” tem base de laca branca e topo da Wenge. As cadeiras de Vladimir Kagan são em linho cinza escuro, da Clarence House. Completando o ambiente, outra importante antiguidade se destaca: um guarda-louça chinês do século 18 todo feito em laca vermelha. No teto, uma luminária de metal francesa dos anos 1950.
Para o living, usou-se sofás de estilos bem variados, mas sempre com um clima moderno. No ambiente próximo à lareira e ao bar, um sofá bem confortável da Pacific Coast by Nube, com base Wenge e sofisticado veludo de seda, do designer Pierre Frey para a Companhia Fadini Borghi. Completando as escolhas, uma chaise do sueco Bruno Mathsson, dos anos 1940, duas cadeiras Knoll e uma mesa de centro do designer Willy Rizzo em madeira com detalhes de bronze.
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Para iluminar a escada que leva ao segundo piso, também em mogno e detalhamento refinado de encaixes, foi escolhida uma luminária em formato de globo de vidro com estrutura de bronze. A peça é originalmente de um navio transatlântico dos anos 1930.
Na suíte principal, um amplo e luxuoso espaço conta com áreas de estar, comer e até trabalhar. O destaque vai para a cama equipada com um engenhoso e prático banco e criados-mudos customizados, ambos embutidos na estrutura. O banheiro recebeu tratamento de spa, e para isso, uma fantástica banheira feita com uma peça única de mármore, e chuveiros independentes para o casal, ditam o décor, que também possui vista para a baía.
Mesmo se tratando de uma construção nova, a sensação é de que a casa sempre esteve por ali, tamanha foi a conexão do projeto com a geografia do terreno. E apesar de ter sido planejada como um refúgio de verão e fins de semana, a morada é onde a família passa a maior parte do tempo, seja no verão ou no inverno.