O MuBE, Museu Brasileiro da Escultura, abrigou nessa terça-feira (23/09) um ciclo de palestras para incentivar a criatividade de arquitetos e designers, tudo organizado pelo Part Club - clube de negócios para profissionais das áreas.
Um dos convidados era o berlinense Eduardo Fuhrmann, curador da DMY- Festival Internacional do Design de Berlin, feira que acontece anualmente na capital alemã - a cidade foi selecionada, em 2005, como representante do design pela UNESCO. Seu trabalho é ficar de olho na produção criativa da América Latina e criar possibilidades de interações entre este continente e a Alemanha. “Design é um encontro de culturas”, disse ele sobre essa mediação.
Antes de ser curador, Fuhrmann foi ilustrador, e lentamente trocou de profissão. “Não sem uma boa dose de culpa”, falou ele, que gosta de se envolver em diversas áreas criativas e abandonou o antigo ofício por falta de tempo. Porém, o que não abandona é a possibilidade de transitar entre duas cidades-paixões: Berlim e Buenos Aires, Alemanha e Argentina, respectivamente. A relação com nossos vizinhos nasceu após a decisão de vivenciar outras culturas, experiência intensificada pela dificuldade econômica em que os países europeus se encontraram após 2001.
Além de apresentar um lado mais experimental e inovador – a mostra obtém muitos incentivos e parcerias governamentais para incluir, por exemplo, estudantes envolvidos com tecnologia –, a DMY também é feita de workshops, designer-talks e simpósios. Neste ano, ela aconteceu no histórico aeroporto Tempelhof, fechado em 2008, quando a cidade recebeu um maior e mais bem preparado terminal. Para não deixar o local abandonado, seus galpões foram transformados para receber eventos criativos.
Na ocasião, Fuhrmann também apresentou alguns trabalhos que representam o que ele busca para levar um novo nome para Berlim ou Buenos Aires – “o design que busco tem que representar o país de onde vem, mas muito importante é a sensibilidade e a profundidade criativa.”