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Pinceladas em movimento

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  (Foto: divulgação)

Ele já interpretou Allen Ginsberg, escreveu um livro de contos e teve três exposições com suas pinturas, vídeos a la Cindy Sherman e polaróides. Neto de uma galerista e filho de uma poetisa, James Franco segue buscando a carreira intelectual. Desta vez “atacou” de curador e se uniu a ninguém menos que o filmmaker Isaac Julien para conceber a mostra Cinematic Visions Painting at the Edge of Reality na Victoria Miro com ajuda, ainda, de Glenn Scott Wright, diretor da galeria.

  (Foto: divulgação)

O trio uniu nomes de peso como Peter Doig, Luc Tuymans, Alice Neel, ChantalJoffe, Yayoi Kusama...and guess who? Adriana Varejão. O tema só podia ser o próprio cinema que, de acordo com os curadores, influencia artistas plásticos desde o seu nascimento. “A mostra toma como ponto de partida um diálogo permanente entre os dois meios, olhando para a duradoura influência do filme sobre artistas visuais e como a era da Internet e as mídias sociais [youtube, facebook, instagram viraram fonte de pesquisa e inspiração] continuam a redefinir a prática desses pintores em relação à imagem”, explica Wright. Estas imagens (em movimento ou não) começam a levantar discussões sobre tempo, memória, narrativa e tecnologia muito presente nas telas de jovens e renomados artistas. Varejão, por exemplo, é fã de Tarkovsky e, após ler o livro do cineasta chamado Esculpir o Tempo, decidiu pintar uma tela especial para a exposição. Em Monocromo "Jiaguwen" Azul, que parece um azulejo craquelado, ela quer discutir a passagem do tempo e suas marcas na tela. “As imagens do cinema desencadeiam uma passagem de tempo muito especifica, enquanto nesta tela é possível ver o registro da ação do tempo [no caso, 3 semanas] na matéria”, explica Cecilia Fortes, braço direito da artista.

  (Foto: divulgação)

Se a maioria dos artistas selecionados reflete sobre nossa relação com o corpo e as diferentes ideias de retrato, Chantal Joffe pintou um retrato da atriz Jessica Chastain a partir de uma sessão fotográfica dirigida por Joffe via Skype. Esta obra pode ser considerada um híbrido arquetípico do século XXI: uma pintura a óleo derivada de uma imagem criada a partir da comunhão de artista e modelo que estão há de milhares de quilômetros de distância. Note: Por aqui, são incontáveis os nomes dos pintores que usam este recurso. Enquanto Daniel Lannes reproduz vídeos de funk que encontra no youtube, Antônio Lee coleciona fotografias do inicio do século: distância, tempo, comportamento e expressão corporal estão em jogo.

  (Foto: divulgação)

Enquanto HernanBas traz uma cena com um quê de cinema noir, a tela Eric Fischlnos convida a construir um todo a partir de uma imagem isolada. É como um frame de uma seqüência cinematográfica que sugere movimento e um desencadeamento de outras ações.

  (Foto: divulgação)

Ele não podia ficar de fora: quem visitar a exposição poderá ver duas telas de Peter Doig dialoga fortemente com o cinema ao propor camadas de interpretação entre o pessoal e o consenso público, o figurativo e p abstrato,o visual e o conceitual em obras que ressoam com potencial narrativo. Vale lembrar: Em 2003, Doig começou um clube de cinema, o Studio Film Club, fazendo cartazes para as sessões semanais.

  (Foto: divulgação)

Assim como Varejão pontuou, o espaço de desaceleração da pintura torna-se arena para o inquérito. Ambas as artes levantam temas como ritmo, narrativa e significado, mas enquanto o filme tem a capacidade de capturar seu assunto em um instante, a pintura requer tempo para a sua produção e reflexão sobre superfície, plasticidade, materialidade e transformação. Desta forma, a tinta sobre tela convida o olho a ficar.

  (Foto: divulgação)

 

 

 


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