"Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi esse lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vezes, é minha 'Pátria de Escolha', e eu me sinto cidadã de todas as cidades, desde o Cariri, ao Triângulo Mineiro, às cidades do Interior e as da Fronteira." BARDI, Lina Bo.
Em dezembro deste ano, a arquiteta italiana mais brasileira de nossa história completaria 100 anos. Lina para mim é um exemplo a ser seguido, por sua multidisciplinariedade criativa – arquiteta, designer, cenógrafa, editora, ilustradora, além de grande admiradora da cultura brasileira.
A função social da arquitetura era de grande importância em seus projetos, usava referências populares em sua produção de estilo moderno e acreditava na construção do vazio através da apropriação do espaço por seus usuários – como podemos ver em suas obras mais emblemáticas, o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) e o SESC Pompéia.
No desenho de seus mobiliários não era diferente: o usuário era o mais importante. Na cadeira Bowl, por exemplo, a peça se adapta à pessoa, possibilitando várias posições e formas de sentar. Esse e outros projetos são o tema da exposição Mobiliário de Lina Bo Bardi – Tempos Pioneiros, que será aberta ao público em 19/10 na Casa de Vidro, projeto e morada de Lina com Pietro Maria Bardi, no bairro do Morumbi, em São Paulo.
Ainda em tempo, não podemos esquecer de seu importante papel em curadoria e formas de expor, tema de exposição no Museu da Casa Brasileira.
Como comemoração ao seu centenário, o Instituto Bardi está organizando várias iniciativas de âmbito nacional e internacional, desde agosto deste ano. A programação pode ser acompanhada no site do instituto e os interessados em apoiar podem entrar em contato pelo e-mail: contato@institutobardi.com.br.