Localizada entre a Serra Nevada e o Mar Mediterrâneo, a cidade de Salobreña, na Espanha, foi abençoada com belas vistas para o céu e as rochas. O Pavilhão Sem Programa tira partido da localização na cidade e transforma-se em um mirante para a natureza. Mais do que isso: funde-se a ela graças ao o uso extensivo do vidro.
"O edifício é definido pela relação entre a forma na paisagem e o contato da estrutura com o terreno", conta o arquiteto Jesús Torres García, que liderou a construção. "O projeto se desenvolve como uma flor, um fato natural, lembrando algumas das estruturas propostas por Oscar Niemeyer", acrescenta.
A influência do mestre carioca se percebe nos traços ondulados e no interior fluido, com poucas colunas. Essa configuração permite usar o espaço para diversas atividades em grupo: desde aulas de educação ambiental a apresentações de flamenco e espetáculos musicais. Vem daí o nome "sem programa".
O pavilhão se insere de maneira discreta na paisagem, graças à pouca altura, ao concreto aparente e ao revestimento de madeira. Apoiado em uma base semi-enterrada, o prédio tem o piso acima do chão, parecendo flutuar.
Já a estrutura de vidro que cobre a fachada garante que o edifício responda à iluminação do exterior. Ele se torna cada vez mais transparente conforme escurece. Assim como as florestas e montanhas, muda dramaticamente de aparência conforme o dia passa.