As figuras de bisturis, lâminas, ganchos e alfinetes de segurança formam cidades vistas de cima na exposição Black Scalpel Cityscapes, de Damien Hirst. As pinturas podem ser conferidas a partir de terça-feira (11/11) na Galeria White Cube, em São Paulo.
É a primeira individual no Brasil do britânico, que ganhou o Turner Prize, maior prêmio de artes visuais do Reino Unido. Nas obras, criadas em 2014, Hirst faz um jogo de palavras com os chamados "ataques cirúrgicos", no qual os governos determinam espaços precisos para destruição militar – como se usassem bisturis no tecido urbano.
Vem daí a semelhança dos quadros com softwares de geolocalização como o Google Earth. O programa de computador originou-se de um sistema de mapeamento usado pelo exército norte-americano durante a guerra do Iraque.
Os instrumentos médicos compõem mapas de São Paulo, Rio de Janeiro, Washington, Roma e o Vaticano, Leeds (onde o artista foi criado), Pequim, Moscou, Nova York e Londres. As cidades são locais de conflitos recentes, centros de importância econômica, política, religiosa ou estão relacionadas à trajetória do artista.
As 17 telas trazem técnicas de padronização, repetição sistemática e uso de grades, também presentes em outras pinturas. Evocam a imagética usada nos curtas Powers of Ten (1968, 1977), de Charles e Ray Eames, bem como as sequências em câmera lenta e em time-lapse de cidades norte-americanas no longa Koyaanisqatsi (1982), de Godfrey Reggio. Vale a pena conferir!
Black Scalpel Cityscapes
Data: de 11 de novembro de 2014 a 31 de janeiro de 2015
Local: Galeria White Cube
Endereço: Rua Agostinho Rodrigues Filho, 550, São Paulo, SP
Horário: de terça a sexta, das 11h às 19h; aos sábado, das 11h às 17h
Entrada franca