O Aga Khan Museum, em Toronto, Canadá, tem uma missão ousada: exaltar as contribuições artísticas, intelectuais e científicas dos povos islâmicos para a sociedade. O espaço preserva mais de 1.000 itens, entre retratos, tecidos, miniaturas, manuscritos, instrumentos musicais e livros médicos. Os objetos foram criados durante mais de dez séculos em um território que foi da China à Península Ibérica.
Projetar um edifício tão atraente quanto o acervo foi tarefa do arquiteto Fumihiko Maki, vencedor do Prêmio Pritzker de 1993. A encomenda veio do príncipe Karim Al Hussaini Aga Khan, líder da corrente islâmica ismailismo nizari e considerado descendente do profeta Maomé. O pedido: projetar o prédio com base na luz. Uma inspiração quase universal para todas as religiões.
Maki posicionou o edifício de forma que toda a superfície externa recebesse luz natural ao longo do dia. Fachadas angulosas revestidas de granito branco, importado do Brasil, criam diferentes efeitos luminosos.
O prédio abriga quatro diferentes funções: o museu, auditório, centro educacional e restaurante. Esses programas estão organizados ao redor de um pátio com paredes de vidro duplas de 13 m de altura e estampadas com padrões semelhantes aos muxarabiês árabes. O piso contém um mosaico tricolorido, outra menção a um dos maiores legados das civilizações islâmicas para o mundo: sua arquitetura.