Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? As mesmas superquadras de Brasília que uniram Eduardo e Mônica foram responsáveis pelo encontro de Carol e Jotta. Ambos moravam em São Paulo, mas se conheceram em um verão na capital do Brasil. Ela era produtora de moda. Ele trabalhava no marketing da Adriana Barra.
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Exatos dois anos depois, o casamento. “Não achávamos ninguém para fazer os arranjos de flores do jeito que queríamos e fizemos tudo sozinhos”, explica Carol. Filha de agrônomo, ela sempre viveu rodeada de rosas e tulipas (suas preferidas, pois lembram a infância). O noivo, por sua vez, frequentava a fazenda da família no interior de Goiás, onde nasceu, e já tinha um carinho especial pelas plantas.
Festa bonita. Problema resolvido. Durante o primeiro ano juntos, Jotta sempre levava flores para casa. Em uma lua de mel tardia em Paris, apaixonaram-se pela “estética lúdica e com um quê de mistério” de floriculturas do Marais, como a Artisan Fleuriste e L´ateliê Vertige.
Daí foi um pulo para a vontade do trabalho manual, o contato com a natureza e levar o verde para a casa dos amigos de forma prática (sem a necessidade de muitas regas ou podas). A primeira e mais bem sucedida solução foi a elaboração dos terrariums - pequenos ecossistemas que têm vida própria e requerem pouquíssimo cuidado. Depois, foi a vez de arranjos especiais, apenas sob encomenda, para celebrar a diversidade da flora. Nascia a FLO (sigla do filme For Lovers Only) e, com ela, os bouquets mais lindos da cidade.
Semana passada fomos juntos ao Ceagesp e pude conhecer as barracas e flores que mais inspiram a dupla. Albino (449), também chamado de “o simpático”, tem as melhores hortênsias e leva espécies novas toda semana. “Quando eles se perdem na feira, voltam aqui para se encontrar”, explica o florista. As famosas suculentas dos terrariums são do caminhão do Douglas (77), o florista hipster. Da Carmen (136), Jotta sempre compra um matinho. Passam sempre no Alfredo (403) em busca de dálias incríveis. E, para terminar, gostam de conferir as proteas do Paulinho da Rosa (379).
“A cada visita no Ceagesp, uma surpresa. Foi a primeira vez que vimos plantas aquáticas floridas”, explica Carol. “Por incrível que pareça, temos flores maravilhosas, consideradas ´nobres’ , durante o nosso inverno. Isso acontece porque nesta época temos o mesmo clima da primavera europeia” , comenta Jotta. É o caso das tulipas, peônias e os ranunculus. Sobre o processo criativo, Carol explica: “Evitamos usar flores muito retas, como as tropicais. Prefiro plantas mais orgânicas e maleáveis que dão movimento ao bouquet”. E as cores? “Vamos fazendo de olho mesmo. Não tem muita regra”.
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Novidades? Mês passado, lançaram o zine Quatro, feito em parceria com o fotógrafo e chef Angelo Dal Bó. “A ideia é fazer uma edição por estação e o próximo será lançado em Dezembro, na feira de natal do Marcelo Rosenbaum”, revela Jotta. Também será no mês que vem a abertura da loja-ateliê, onde você poderá comprar alguns arranjos de pronta entrega.
Como na história de Renato Russo, todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa; que nem feijão com arroz.