As planícies suaves, o calor, o ritmo rural e a rica história incentivam o turismo na Costa Alentejana, região ao sul de Portugal. Projetado pelo escritório [i]da arquitectos, o Hotel Pé no Monte, na cidade de Odemira, valoriza a natureza e a cultura da região.
Uma casa antiga com poço de pedra e um conjunto de sombreiros, árvores típicas da região, ocupavam o terreno ondulado de 10 ha. O desafio da equipe de obra foi restaurar a morada para que o proprietário do hotel a habitasse, e construir um novo bloco com apartamentos para os hóspedes. Os arquitetos planejaram um contraste claro entre novo e histórico, mantendo a simplicidade formal.
O bloco com instalações para os turistas, com seis suítes, fica semi-enterrado em uma cota mais baixa do terreno. Para quem está no piso superior, sua laje funciona como um extenso terraço com móveis de descanso e mirante para a paisagem ao redor. Embaixo, pérgolas individuais trazem movimento à fachada monolítica, protegem os quartos do sol intenso e preservam a privacidade de quem descansa. Deques de madeira e seixos brancos trazem frescor às varandas.
Além dos dormitórios, a estrutura tem uma sala para eventos e um pátio aberto para a paisagem. Chega-se ali por um longo corredor, onde a luz de clarabóias banha o concreto aparente. O mesmo estilo decorativo marca o interior das suítes.
A implantação discreta do bloco de hóspedes garante que a casa antiga continue como o espaço mais destacado do hotel. Durante o restauro, a morada ganhou detalhes modernos, como os caixilhos deslizantes de madeira e a fachada minimalista, nos quais o branco predomina. Os espaços principais – salas, quartos, cozinha, escritório e biblioteca – voltam-se para o jardim e piscina. Expandir a construção permitiu criar um living para os hóspedes, também semi-enterrado.
O pátio central organiza os acessos entre a casa e o bloco dde visitantes. Ali desembocam a escadaria-auditório ao ar livre que conduz à cota superior. Também dá para ver os três rasgos verticais que ressaltam a amplitude da sala comum. Pórem, o que impera, mesmo, é o céu do Alentejo.