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1000 em 1: o estilo Peter Marino

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Peter Marino (Foto: Manolo Yllera)

Famoso por assinar inúmeras lojas de grifes do calibre de Chanel e Louis Vuitton – e por só vestir couro preto –, o arquiteto Peter Marino é o grande homenageado do mês em Miami. No Bass Museum, a mostra One Way: Peter Marino exibe parte de sua coleção pessoal de arte, composta por obras de Anselm Kiefer, Damien Hirst, Vik Muniz e outros contemporâneos de peso. Já no Design Miami, ele recebe a edição inaugural do Design Visionary Award, prêmio por suas realizações na arquitetura e no design, além de um espaço para expor as criações de sua autoria que converteram esse motociclista nova-iorquino em um dos pilares do setor de luxo. “Quando comecei, os arquitetos ‘sérios’ esnobavam esse nicho; peguei para mim”, diz the Pedro, como é conhecido, em entrevista à Casa Vogue.

A residência de Andy Warhol foi seu primeiro projeto solo. Como isso aconteceu? É verdade, tudo teve início com Andy, no final dos anos 70. Eu já trabalhava por conta própria, ele me pediu para reformar sua casa na rua 66, em Nova York, uma área de 740 m², onde morou até morrer, em 1987. Em seguida, foi a vez do novo prédio da Factory (o ateliê de Warhol) na Union Square. Ele disse apenas: “Quero meu estúdio aqui, a sala de reunião ali”. Eu era muito jovem, tudo era informal. Aprendi um bocado e também me diverti bastante.

E as cultuadas Boxes, a série de caixas de bronze de sua autoria expostas nas duas mostras em sua homenagem em Miami? São obras de design na fronteira da arte, não? Sempre gostei das ideias do baú do tesouro e da caixa de joias que guardam algo semiprecioso, mágico. Minhas Boxes são peças únicas, inspiradas nos baús medievais, feitas de bronze dourado ou prateado, ou patinadas de preto. Trazem uma forte carga sensual, assim como o couro.

O que o levou a esboçar uma arquitetura que se instalou na fronteira da arte, da moda e do design? Nos meus projetos, sempre convidei artistas e designers a colaborarem comigo desde o início. Não vejo a arquitetura contemporânea como algo fechado, é uma manifestação intimamente envolvida com a arte e o mobiliário, como ocorria na Renascença, do final do século 15 a meados do século 16. Esse é meu grande diferencial frente aos outros escritórios. A união da arte com a arquitetura induz as pessoas a terem experiências inusitadas. Esse confronto me agrada.

Agora fale sobre o Peter Marino colecionador de arte e de sua famosa coleção. Ela começa lá atrás, com antiguidades, porque não existe arquiteto que não sinta fascínio pela Grécia clássica ou atração pela Roma antiga, são conceitos introduzidos na faculdade. Minhas primeiras obras foram duas polaroids do artista plástico Lucas Samaras, compradas na Pace Gallery, em Nova York, que fica próxima do escritório de arquitetura Skidmore, Owings & Merrill, onde fiz meu primeiro estágio. Senti um calafrio ao assinar o cheque: era certo fazer aquilo? Hoje, coleciono livros raros, prata, porcelana, ilustração, fotografia, escultura, antiguidades e obras contemporâneas. Coleciono até flores para o meu jardim nos Hamptons, onde desenhei o paisagismo. Alguém ainda duvida que tenho uma personalidade multifacetada?

* Matéria publicada em Casa Vogue #352 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

Peter Marino (Foto: Philippe Chancel )

 

Peter Marino (Foto: Manolo Yllera)

 

Peter Marino (Foto: Stefano Pasqualetti)

 

Peter Marino (Foto: Stefano Pasqualetti)

 

Peter Marino (Foto: Maggie Nimkin)

 

 


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