Antes do descolado bairro nova-iorquino de Williamsburg ganhar o status que possui nos dias de hoje, ele foi, por quinze anos, o lar de Sigrid Gray. Por lá, ela era diretora de uma organização horticulturista sem fins lucrativos que acabou sendo destruída pelo furacão Sandy em 2012.
Mas esse não foi o motivo que levou a apaixonada por plantações a se mudar para o distrito histórico de Kinderhook, a algumas horas de carro da Big Apple. Por uma questão de instinto – ou autoanálise – a mulher de 57 anos havia decidido buscar por uma morada mais conectada com a natureza e, por consequência, menos urbana.
Foi na vila criada pelos alemães no século 17 que ela encontrou o que buscava: um lugar que não fosse remoto, que tivesse uma bela vista e que dispusesse de terras que a desafiassem. Depois de muito procurar, ela comprou, por US$ 260 mil, uma propriedade pequena que possuía boas terras e uma casa de 500 m².
Apesar de até hoje o jardim idealizado por Sigrid não ter chegado ao ponto em que almejou – o que demorará cerca de um ou dois anos mais –, a construção onde passou a morar ganhou uma reforma que custou o mesmo preço pago pelo terreno. Apesar de, à primeira vista, não ter se importado com os tijolos expostos em algumas paredes que misteriosamente não se encaixavam – só para exemplificar a situação do local – o arquiteto que ela contratou, James Dixon, conseguiu convencê-la, com uma série de sugestões e alterações, a operar um retrofit completo.
Dixon e seu colega Matthew Herzberg reinventaram cada cômodo e até mesmo a linha do telhado – o que garantiu mais um andar para a moradora com quase 1,80 m de altura. O fato rendeu à propriedade um prêmio local do American Institute of Architects. O resultado foi uma casa cheia de identidade e completamente renovada.
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Mesmo estando maravilhada com a sensação de ver uma casa ganhar vida nova ao seu redor, Sigrid recusou a sugestão que todo o time de design deu de atribuir à porta de entrada uma cor extravagante – de preferência amarelo. Para ela, a estrela do projeto não deveria ser a casa, e sim as terras ao redor, onde passaria a realizar-se diariamente.