Construída em um terreno às margens do lago Mjøsa, na Noruega, essa morada tinha tudo para ganhar uma fachada completamente envidraçada. Mas a equipe do arquiteto Carl-Viggo Hølmebakk e os moradores tiveram outra ideia. Criaram uma empena perfurada por aberturas de diferentes tamanhos e em posições inesperadas.
"Como os clientes gostam de arte, havia um desejo por paredes em quantidade suficiente para pendurar quadros", conta Hølmebakk. A posição das esquadrias também cria diferentes molduras para a bela paisagem, como se a vista fosse composta por pinturas em constante transformação. "Os temas mudam conforme o tempo, as estações e enquanto você se move pela casa", explica.
Áreas de convivência e quartos voltam-se para o lago e estão distribuídos pelos três andares. As funções secundárias - como banheiros e lavanderia -, ficam nos fundos, onde a fachada tem menos aberturas.
O orçamento, no começo bastante generoso, permitiu criar soluções em comum com o concreto. Assim, cômodos ganharam pés-direitos duplos e janelas sob medida, posicionadas conforme as necessidades do interior. Terraços e galerias se projetam em balanço. As escadas não precisaram ser colocadas umas sobre as outras: em vez disso, circulam por dentro e por fora do lar.
"Desejávamos alcançar a qualidade labiríntica que você às vezes encontra em moradas antigas", explica Hølmebakk. "Nelas as crianças podiam explorar as muitas escadarias, salas e corredores e havia bastante espaço para a vida fervilhante se desenrolar."