Apesar dessa matéria vir ilustrada com uma boa quantidade de fotos, o criador das obras retratadas, Jesús Rafael Soto, defende que "as cores só podem ser percebidas de fato em tempo real e quando se divide o mesmo espaço com elas". É baseado nessa declaração que surgiu o nome da exposição Chronochrome, realizada simultaneamente em Paris e em Nova York pela Galerie Perrotin. O termo, criado para designar o processo cinematográfico de filmar em cores, sofreu uma reapropriação para descrever a exploração cinética e cromática realizada pelo artista em suas obras vibrantes.
Chronochrome traz mais de 60 obras – criadas por Soto entre 1957 e 2003 e escolhidas pelo curador Matthieu Poirier – e é a continuação natural de uma sequência internacional de mostras que redescobrem a obra do venezuelano – sediadas no Musée National d’Art Moderne - Centre Pompidou, nas Galeries Nationales du Grand Palais e no Guggenheim Museum de Nova York.
A arte cinética e o abstracionismo geométrico chegaram à vida de Soto em 1951 um ano depois de ter se mudado para Paris, onde viveu até o fim da vida, em 2005. Em sua interpretação, tais correntes tomaram a forma de "vibrações ópticas", que significavam para ele uma maneira de se libertar da tradição artística. Como resultado nasceram obras que ondulam de acordo com a perspectiva de quem as observa – efeito criado pela sobreposição de elementos simples que geram um belo visual.
Os trabalhos reunidos na Galerie Perrotin em Paris e Nova York desafiam os sentidos de quem os vê. Os olhos – e o corpo, no caso das instalações penetráveis – podem ser percebidos como pintura e escultura, objeto e imagem, tudo ao mesmo tempo.
Jesús Rafael Soto: Chronochrome
Paris
Local: Galerie Perrotin
Endereço: 76 rue de Turenne, 75003
Data: até 28 de fevereiro
Nova York
Local: Galerie Perrotin
Endereço: 909 Madison Avenue, NY 10021
Data: de 15 de janeiro a 21 de fevereiro