Abre no dia 7 de agosto a segunda exposição organizada pelo Instituto Tomie Ohtake para homenagear o centenário da artista que lhe inspirou o nome. Para a ocasião, os curadores Agnaldo Farias e Paulo Miyada estudaram o processo de criação de Tomie, residente no Brasil desde a década de 1930, mas nascida em Quioto, no Japão. O resultado dessa análise, que ficará em cartaz até o dia 29 de setembro, é Influxo das Formas, uma mostra com cerca de 130 obras e estudos.
De modo a provocar uma reflexão no observador acerca da contraposição do processo artístico e da obra final, os trabalhos foram divididos em duas salas. Em uma, figuram aproximadamente 100 estudos, desde colagens, desenhos e cadernos, até croquis e maquetes de esculturas. Na outra, estão cerca de 30 obras, entre elas pinturas, gravuras e uma escultura.
Ao explorarem o ateliê de Tomie para selecionar as peças da exposição, Farias e Miyada descobriram uma linguagem de formas recorrente em todos os seus 60 anos de criação. Afirmam que suas linhas não têm começo nem fim – “elas retornam sempre, como letras de um alfabeto pessoal que Tomie manuseia incessantemente, percorrendo-as em tamanhos, cores e materiais variados”.
Um exemplo deste fenômeno são cadernos e folhas soltas que Tomie preenchia com dezenas de pequenos retângulos, sendo cada forma uma miniatura de pintura ou colagem. Às vezes, as versões pequenas eram baseadas em pinturas já existentes, e outras vezes, inspiravam novas telas. Assim, por meio da exposição do pensamento de Tomie, Influxo das Formas é um retrato da afluência criativa de uma das figuras mais imponentes das artes plásticas no Brasil. Vale a visita.
Influxo das Formas
Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88), Pinheiros, São Paulo
Data: de 7 de agosto a 29 de setembro