O irlandês Andrew Shannon entrou na National Gallery of Ireland e fez o que ninguém esperava: esmurrou uma das obras mais preciosas do museu, a pintura Argenteuil Basin with a Single Sailboat, de Claude Monet.
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Na ocasião, homem foi condenado a cinco anos de prisão, mas o estrago já estava feito.
Restaurar o quadro estimado em US$ 12 milhões exigiu dos profissionais do museu um esforço de 18 meses – tempo suficiente para construir uma casa, por exemplo. Mas como se faz para dar nova vida a um trabalho de 1872 cujo autor, é claro, morreu há muitas décadas?
O primeiro passo foi removê-la da moldura, tomando o cuidado de prender bem frente e verso. Os restauradores instalaram adesivo sobre a imagem, para fortalecer a pintura.
A seguir, os técnicos começaram a "recosturar" os fundos, unindo as bordas rasgadas. Com a ajuda de um microscópio e ferramentas de precisão, os profissionais uniram fio por fio. Só então foi possível virar a obra para cima e retirar o adesivo – bastou umedecer um pouco, o que exigiu boas doses de habilidade e coragem.
O dano foi tão grande que os funcionários precisaram reforçar a tela com tecido de linho, materiais sintéticos e filme termoplástico adesivo – tudo isso em pouco mais de um milímetro de espessura. Os técnicos sabiam que mais de 100 fragmentos da tinta endurecida se descolaram do quadro no dia do ataque. Eles foram coletados e guardados até poderem voltar à pintura. Detalhe: os pedaços mediam entre 0,3 e 1 mm.
Alguns fragmentos da tinta original se perderam para sempre. As porções da tela afetadas receberam uma mistura de giz e gelatina. O material foi tingido com as cores da tinta original. Caso seja preciso removê-lo, a pintura sai com água e pode ser detectada com luz ultravioleta.
Só então o quadro voltou para a parede – dessa vez protegido por um vidro anti-reflexo e reforçado com uma grade no verso. Todo esse esforço valeu a pena, já que o quadro em questão é uma verdadeira obra-prima!