São Paulo mudou muito desde que os irmãos Izer e Íbero Bobadilha fundaram a loja hoje conhecida como Lustres Bobadilha, em 1951, na rua da Consolação. Pioneira na venda de lustres naquela rua, e responsável pela diversificação desse mercado na mesma região, a marca anunciou que fechará as portas a partir de setembro.
A decisão se deve a diversas razões. Entre elas, o fato de que, com o tempo, a rua da Consolação foi alargada, tornando-se uma via expressa. Isso fez com que a vitrine da loja perdesse o poder de atração do qual gozava nos seus anos iniciais, quando o endereço era uma rua calma de paralelepípedos. Outro fator foi a migração do mercado de lustres exclusivos e de alto padrão, junto com seu público consumidor, para outras partes da cidade.
Na época de sua abertura, a loja foi batizada de Irmãos Bobadilha S.A., e era especializada em materiais de construção. Logo depois, sob a gestão de Íbero, passou a investir nos lustres, devido à maior procura por tais itens na região. A partir da década de 1960, a marca viveu seu auge. Ocupou não só todos os três andares do prédio que a abrigava, como também o térreo do prédio ao lado. Naquele tempo, chegou a ter 70 funcionários e contou com nomes como Hebe Camargo, Roberto Carlos e Jô Soares no seu rol de clientes.
Por conta do encerramento de suas atividades, a Lustres Bobadilha promove, até setembro, uma liquidação de seus aproximados 200 lustres, todos únicos, além de 200 peças de decoração, entre abajures, estantes, cadeiras e estátuas. Alguns itens têm quase 90 anos de idade e os descontos chegam a 75% sobre os valores originais, com preços finais variando entre R$ 170 e R$ 80 mil.
A família Bobadilha não considera o fechamento da loja como o fim da marca. “O nome Bobadilha é muito forte. Ainda não temos planos concretos, mas a intenção é investir em um novo negócio com a marca em outra região da cidade”, explica Silvia, filha de Íbero, à frente da Lustres Bobadilha desde 1988, quando o pai faleceu.
