O jacarandá já marcava presença na história do design nacional nos anos 1920 e 1930 – décadas em que o país passou por marcante revisão ética e estética, graças à Semana de Arte de 1922 e o modernismo brasileiro. Arquitetos e designers buscavam redefinir, ou mesmo definir (do zero) a identidade nacional. Neste momento, o jacarandá estava presente, por exemplo, nas peças desenhadas por Warchavchik.
Os anos 1940 e 1950 foram novamente tempos de mudanças. Profissionais e fabricantes deixaram para trás o desenho rebuscado, assumindo a modernidade com paixão. Surgia então, a pureza das formas, o exercício pleno da função e o valor maior de uma identidade brasileira. O jacarandá foi um grande parceiro destas brilhantes décadas de virada.
Daí a motivação para a criação da mostra Jacarandá Modernista, que ocupa o espaço da Loja Teo a partir desta quinta-feira, dia 15. A exposição tem curadoria e cenografia feitas pelo designer Cláudio Novaes.
Pela loja, espalham-se peças assinadas por Joaquim Tenreiro, Estúdio Branco e Preto, Jorge Zalszupin, Geraldo de Barros, Giuseppe Scapinelli, Jean Gillon e Sérgio Rodrigues, entre outros tantos designers e marceneiros, famosos ou anônimos, daquela época. O ponto de partida da seleção, que reúne móveis criados entre 1940 e 1960, foi o próprio acervo da loja, especialista neste período dourado do desenho nacional.
A mostra segue até o dia 14 de setembro, e homenageia tanto os autores brasileiros quanto os estrangeiros que elegeram o Brasil para viver e o jacarandá para se expressar.
Jacarandá Modernista
Local: Loja Teo
Endereço: Rua João Moura, 268 – São Paulo
Data: de 15 de agosto a 14 de setembro
