Essa semana li um artigo sobre o projeto do Museu Arqueológico e da ampliação da Sede Comarcal da cidade de Zaragoza, na Espanha, desenvolvidos pelo arquiteto Sérgio Sebastian Franco. O terreno não era grande, cerca de 300 m², mas ao serem encontrados vestígios arqueológicos, a opção for preservá-los e, além disso, elevar sua contemplação ao nível da rua. No debate de que preservar ruínas ou edifícios históricos não se trata de trazer o passado para os nossos dias, mas de encontrar um modo de conviver com ele, me lembrei do casarão que já abrigou o Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Em um impasse que se estendeu por meses, por pouco ele não foi demolido para abrigar uma parte do centro esportivo do Maracanã para as Olimpíadas de 2016. Seu destino – um Museu das Olimpíadas ou o novo Centro Estadual de Estudos e Difusão da Cultura Indígena – ainda é incerto, mas quando políticas públicas se voltam a demolir e reedificar – ou mesmo preservar sem dar nova utilidade pública –, me pergunto sobre o respeito de quem nos governa à história, aos idosos e mesmo à população que agora vive nesta terra.
