Um tubo de vidro cheio pela metade com água do mar artificial, equilibrado entre dois pesos. Com um empurro sutil, a estrutura inicia um balanço que pode durar até vinte minutos, e o líquido começa automaticamente a brilhar. Enquanto houver movimento, há luz. Para entender como funciona a luminária-instalação Ambio, é preciso voltar-se à biologia, campo-referência para o trabalho da designer holandesa Teresa van Dongen. Quando estudava micro-organismos que vivem no mar e emitem luz ao entrar em contato com o oxigênio, Teresa teve o insight para criar o objeto. No líquido da peça, introduziu amostras de uma espécie de bactérias bioluminescentes encontrada na pele de polvos, fornecidas a ela por integrantes do curso de Life Science and Technology, da Delft University of Technology.
“Nesta condição, elas vivem até no máximo dois dias, pois os nutrientes acabam. Depois, preciso substituí-las. Sei que é algo muito difícil, mas quero aprimorar a instalação, desenvolvendo um mecanismo que permita adicionar um líquido com nutrientes e drenar o fluído excedente de forma constante”.
Além da luminária Ambio, que foi nomeada aos prêmios “Keep an Eye Grant” e “Melkweg Award”, da Design Academy Eindhoven, a jovem holandesa tem em seu portfólio belas peças que revelam diferentes efeitos da luz quando transpassa a água e o vidro.