Se você está entre os milhões de projetistas, arquitetos, jornalistas, empreendedores e design lovers que todo o ano acompanham o Salone del Mobile para conhecer não somente as mais importantes propostas do design contemporâneo, mas também protótipos e antecipações de desenvolvimentos futuros, já sabe que o lugar para isso é o SaloneSatellite. A inciativa, que deve o sucesso à direção apaixonada da Marva Griffin, já revelou em seus 18 anos de vida promissores jovens talentos. Do japonês Nendo, ao indiano Satyendra Pakhalé, do italiano Lorenzo Damiani ao finlandês Ilkka Suppanen.
E hoje, a que os jovens designers do mundo estão dedicando as energias criativas?
No pano de fundo comum a todos os trabalhos em mostra - a pesquisa por novas possibilidades - algumas linhas parecem se destacar.
Em primeiro lugar, a utilização de materiais orgânicos. Cortiça, madeira, rattan são estudados, repensados e levados a consequências extremas graças ao uso de compostos sintéticos que potencializam suas caraterísticas. Os alemães Out for Space patentearam um silicato que colore e dobra o rattan de maneiras inéditas. EyProducts recupera resíduos de ébano que mistura com resinas para criar objetos híbridos. A sul-coreana Mun Kim estuda as possibilidades do Luffa, um legume comprido e parecido com uma grande abobrinha, para criar luminárias de LED. O nipônico Satsuki Ohata realiza bancos em esponja, enquanto os chineses Sozen criam luminárias em metal e bambu. O projeto ReTree recupera sobras de madeiras e, usando moldes de troncos, pigmentos e resinas, cria móveis novos.
Galeria 1: Em seu 18° aniversário, o SaloneSatellite celebra a passagem à idade adulta com o frescor de sempre
Outro tema reconhecível são as customizações, a possibilidade de criar composições: não mais a decoração padronizada, igual para todos, mas a possibilidade de personalizar as peças, torná-las únicas. Os moveis modulares de Foroofficina são um ótimo exemplo. A estante a encaixe não utiliza nenhum elementos metálico. Assim como as luminárias de Antonio Gramegna, desmontáveis, podem ser compostas em diversas posições.
Existem vários móveis modulares, geralmente estruturas leves, fáceis de montar e transportar. O morador nômade, anda pelo mundo com uma bagagem adaptável a diferentes contextos e às mudanças da vida. Alessandra Meacci cria mini-jardins metálicos, enquanto a dupla KIMXGENSAPA realiza cadeiras com as roupas nunca recuperadas pelo ex-namorado relapso. Architect Taitan propõe uma estante leve e colorida e o estúdio Cliq apresenta o mais minimalista dos closet. Robert van Embricqs mostra como dobrar sua Rising Furniture em dois minutos.
Galeria 2: E hoje, a que os jovens designers do mundo estão dedicando as energias criativas?
Muitas peças mostram a vontade de não se levar muito a sério, de viver com leveza, ironia. Os estudantes da Keio University inventam novas funções para o squeeze antistress: apertando o objeto misterioso, você consegue desenrolar o papel higiênico, por exemplo.
E ao lado disso, a busca seríssima por um design documental, que conte histórias de pessoas, de culturas tradicionais, do saber fazer artesanal. É o caso dos chilenos Mapu Guaquén e seus alto-falantes em argila. Ou dos vasos dobráveis de Pepe Héykóop, realizados com comunidades carentes da Índia.
Mas quem ganha de todos, são as impressões 3D, um universo de possibilidades ainda a serem exploradas. No estande da Xuberance, ganhadora do Salone Satellite Award, a pesquisa cobre de tudo: de joias que nenhum ourives conseguiria esculpir a vestidos de noivas. De luminárias a chapéus.
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Ouça abaixo a entrevista que a diretora de redação da Casa Vogue, Taissa Buescu, fez nesta sexta-feira para a rádio CBN, direto de Milão: