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O descolado lar de um músico, em NY

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O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

Os centenários lofts situados no distrito do SoHo, em Nova York, passaram a ser disputados por artistas, galeristas, músicos, designers e outros profissionais liberais especialmente a partir dos anos 1960 e 1970. Foi ali que o músico Brad Roberts, membro fundador da banda canadense The Crash Test Dummies, encontrou um espaço para chamar de lar, mais exatamente um loft que carrega as principais características arquitetônicas originais do bairro: teto de metal e janelas enormes. Ele fechou o contrato de locação do imóvel, localizado no 4º andar de um edifício do séc. 19, e tratou de imprimir seu estilo por todos os cantos. Sob o teto de latão original, posicionou dezenas de obras de arte, dezenas de instrumentos musicais e até uma coleção de taxidermia.

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

Servindo como principal inspiração para as músicas da banda de Brad, elementos característicos do estilo folk também aparecem com força na decoração da morada, impressos, por exemplo, nos tecidos, papéis de parede e tapetes.

Quando Varian se mudou para o endereço, oficializando a união do casal, tratou de realizar ali importantes mudanças, que embelezaram o espaço e mudaram os ares de “apartamento de solteiro”, como define. Com as próprias mãos, ela recortou tecidos, transformando-os em cortinas, pregou prateleiras, construiu banquetas, mudou boa parte da cozinha e trouxe os papéis de parede estampados com desenhos dela.

O lar tem as características ideais – muita luz, espaços generosos, pé-direito alto – mas, atualmente, eles sofrem com condições que a vida no bairro passou a impor. Há tempos, passado e presente se chocam pelos quarteirões do SoHo. O histórico distrito – que já foi sede de indústrias, enfrentou drástica fase de esvaziamento e passou a ser recuperado por artistas nos anos 1960 e 1970 – está mergulhado, atualmente, em um profundo processo de gentrificação. 

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

Desde que uma empresa do mercado imobiliário adquiriu todo o prédio onde vivem – tornando-se a sétima proprietária em três anos – iniciou ali uma obra profunda, que tem a intenção de transformar os apartamentos em unidades de luxo, equipadas com novos pisos de tábuas largas, salas de banho com banheiras e cozinhas italianas.

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

Para Varian e Brad, que são locatários há dez anos e há três tornaram-se os únicos moradores do edifício, tais novidades trazem dois incômodos: os inconvenientes das intervenções estruturais e a certeza de que o valor do aluguel deve subir – e muito. A empresa pretende alugar cada unidade por U$ 12 mil após a reforma – quatro vezes o que os dois desembolsam hoje. O que os donos do apartamento funky, cheio de estilo terão que enfrentar é um fenômeno que atinge todas as metrópoles do mundo, tratando de supervalorizar ou desvalorizar determinadas áreas. Com a ajuda de um advogado, eles tentam manter intacto o valor do seu aluguel, e se esforçam para seguir vivendo no cobiçado loft do SoHo.

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

 

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

 

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

 

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

 

O descolado lar de um músico, em NY  (Foto: Bruce Buck / The New York Times)

 


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