Escolhido para ser a moradia inaugural do casal – recém-casado e já à espera do primeiro filho –, o apartamento de 800 m² localizado na capital paulista pareceu perfeito aos novos proprietários, em função de seus ambientes amplos e também pela possibilidade de transformar e atualizar o imóvel, criando espaços sociais conectados, quartos espaçosos eu ma linguagem sem estilos marcados.
Convidado para desenvolver o projeto, o arquiteto Carlos Alexandre Dumont, o Carico, conta que o casal já o conhecia de Belo Horizonte e o escolheu justamente pela identificação com o seu trabalho. “Gosto de definir ambientes limpos e livres de excessos. Já as bases são neutras, tanto para os revestimentos quanto para o mobiliário, deixando em destaque elementos realmente importantes, como as obras de arte. São elas que diferenciam cada projeto e traduzem a personalidade do morador”, comenta.
Sua proposta, então, combinou perfeitamente com os desejos da sua cliente, uma empresária mineira que atua na área de moda e está sempre ligada às tendências. Em casa, porém, ela queria ter a sensação contrária, de viver em um local calmo, atemporal e longe de modismos. Carico conta que o bebê do casal chegou junto com o final da obra,que foi extensa e precisou de mudanças estruturais. Uma delas foi a retirada da alvenaria que dividia a área social, fechando a sala de jantar, o home theater e o living. “As paredes foram ao chão para integrar os espaços, transformando-os num grande salão”, explica o arquiteto.
Outra alteração foi feita numa das três suítes: a maior delas foi reduzida, dando origem a mais um closet e outro banheiro. Construído na década de 1980, o imóvel já havia sido reformado pelo proprietário anterior, que utilizou materiais nobres e acabamentos clássicos e suntuosos, como o piso de mármore na ala social e o de peroba-do-campo na parte íntima, ambos mantidos no projeto.
No entanto, o profissional precisou tirar o tom excessivamente sóbrio para dar lugar ao décor leve e tranquilo. Assim, alguns detalhes, por vezes excêntricos, foram eliminados, como o piso do hall de entrada, que trazia revestimento de mármore paginado com o monograma do ex-proprietário.
Já as portas, a maioria feita de jacarandá, foram preservadas e apenas reposicionadas de acordo com o novo layout, caso do modelo ornamentado por almofadas de madeira maciça que aparece na sala de jantar, dando acesso à copa. “Além de valiosas e exclusivas, elas fazem um contraste interessante com o novo mobiliário, discreto e atual, como a mesa e as cadeiras Sina, do alemão Uwe Fischer, que aparecem na companhia do pendente Oh Mei Ma Weiss, de Ingo Maurer, e do par de fotos da série White Peony, de John Grant”, avalia o profissional.
A seguir, o arquiteto aponta suas lojas preferidas de Belo Horizonte.
Portfólio Carico