Maio é uma época especial em Nova York: é o mês em que o calendário cultural fica mais intenso e o clima não poderia ser mais adequado. No alto verão, a maioria dos nova-iorquinos foge para a praia, o campo ou lugares exóticos, mas entre os dias 1º e 31 deste mês a cidade fervilha com o melhor da arte e do design da atualidade – e de ontem também! Maio é sinônimo da NYCxDESIGN, entre os dias 9 e 19, com várias feiras e eventos para fãs de todos os tipos de design. Nova York não é tão difícil de ser cruzada e, hoje, nenhum canto da metrópole fica de lado: o Bronx exala arte, e o desenho de vanguarda floresce nas profundezas do Brooklyn. Veja o que entrou no radar da Casa Vogue.
Downtown
Não faz muito tempo que downtown era reduto dos alternativos. Hoje atrai os moradores de uptown, que deixam as ruas arborizadas atrás de atrevimento e glamour. Por quê O Whitney Museum of American Art (9) mudou-se para a construção projetada por Renzo Piano na Gansevoort St. Amostra America is Hard to See é composta por 600 obras do invejável acervo – de Jackson Pollock a Jeff Koons –, até 27 de setembro. Em tempo: o célebre chef Danny Meyer estará à frente do restaurante do museu. Também vale conferir a série The English Garden, formada por paisagens da pintora Cecily Brown na galeria Maccarone, até 20 de junho. O Colony, um coletivo de designers com nomes como Chen Chen e Kai Williams e Farrah Sit, não só criou sua própria coleção, mas reuniu os vizinhos para sua Tribeca Night: no dia 14, as melhores galerias manterão portas abertas até às 21h. Inclua a loja Shinola e as galerias Donzella 20th Century e Espasso em seu roteiro. Para comer: procure o restaurante californiano Dimes, famoso por seus pratos saudáveis.
Soho
Além de fashionistas, as ruas do Soho estão cheias de design lovers. A loja Matter lança highlights como a Type Cast Chair, de Philippe Malouin. Não longe dali fica o Atelier Courbet, que, no dia 14, abre retrospectiva de Gijs Bakker (novas edições de mesas e cadeiras estarão à venda). Passe na The Future Perfect, que vai apresentar Wonder Room, com curadoria de Piet Hein Eek e móveis deste designer holandês feitos em colaboração com Marc Mulders, Floris Wubben e Linda Nieuwstad. A semana do design não estaria completa sem o Collective Design Fair (5), com peças como a icônica estante Carlton, de Ettore Sottsass. A feira lista, entre 13 a 17 de maio, galerias como a R & Company e a Maison Gerard, que trará uma instalação de Ayala Serfaty. E não deixe de conhecer o lounge VIP assinado pela Calvin Klein Home. Para comer: é essencial o Grand Banks, bar de ostras instalado em um navio ancorado no rio Hudson.
West Chelsea
A área abriga, de 13 a 17 de maio, a Sight Unseen OFFSITE, feira para designers emergentes (10). Instalada no edifício Hudson Mercantile, apresenta marcas como Assembly Design e Calico Wallpaper. Na Wanted Design (6), realizada na antiga casa noturna The Tunnel, confira o Launch Pad, onde 25 designers expõem protótipos em busca de fabricantes. Entre as exposições de arte mais emocionantes do Chelsea, estão as fotos exuberantes, porém macabras, de Tina Barney (2), na Paul Kasmin Gallery; as imagens feministas de Hank Willis Thomas na Jack Shainman; e as pinturas expressionistas abstratas de Robert Motherwell na Andrea Rosen. Se a ideia é fazer compras, a loja de design Chamber lançará nova coleção no dia 14. No dia seguinte, a italiana Bisazza (7) inaugura seu primeiro showroom em NY. Para comer: o Toro salva a turma artsy com suas tapas de lamber os beiços e boas opções de vinho.
Midtown
Invadida pelos arranha-céus, é a região dos engravatados e turistas perdidos à procura da Times Square. O famoso cartão-postal da cidade recebe, até o final deste mês, a chamada Midnight Minute: os Screen Tests de Bob Dylan, Lou Reed e Edie Sedgwick feitos por Andy Warhol em sua Silver Factory serão exibidos diariamente nos outdoors elétricos da praça, das 23h57 à 24h. A Clarks apresenta, de 14 a 18, no hotel citizen M, a linha Rebooted, na qual 14 potências atuais – como Faye Toogood, Lee Broom, Bob e Roberta Smith e Marc Quinn – elaboram novas versões da clássica Desert Boot (8). O MoMA desvenda, no dia 17, a exposição Art on Camera 1960-1971, com registros de performances de Yayoi Kusama e Gordon Matta-Clark. Para comer: o Polo Bar, assinado por Ralph Lauren, é para quem procura comida americana e luxo
Uptown
Na região do Met e da Fifth Ave., plena de colarinhos engomados e aluguéis estratosféricos, vale visitar o MAD Museum, que expõe Pathmakers até 27 de setembro e lança olhar sobre uma centena de mulheres pioneiras no design, incluindo lendas como Ruth Asawa (4) e Sheila Hicks. A busca por mitos, aliás, será fácil na feira Spring Masters, entre 8 e 12 deste mês, com estandes desenhados por Rafael Viñoly. Entre eles, procure pela Lost City Arts, com cerâmicas de Fausto Salvi, ou a Vojtech Blau, com tapeçarias de Alexander Calder. E por falar em Calder (3), obras dele estarão ao lado de Santiago Calatrava na mostra MultumIn Parvo, na Dominique Levy Gallery. Para comer: o Seamstress é “o” destino para coquetéis suntuosos e pequenos pratos deliciosos.
Brooklyn | Queens | Bronx
Há muito a se fazer fora de Manhattan. Não à toa, a Wanted Design vai montar parte de sua área expositiva no Sunset Park, no Brooklyn. Outro hotspot do local é o espaço multicultural Kinfolk 94 (1), com palestras sobre processos criativos e loja de design hipster. A ideia de interação é o mote da instalação pública Please Touch the Art, de Jeppe Hein, no Brooklyn Bridge Park, a partir de 17 de maio. O escultor dinamarquês instalou um playground com bancos, jogos de espelhos e paredes de água. Para um pouco de ar fresco, vá até o Jardim Botânico do Bronx, que cultiva suas plantas à maneira de Frida Kahlo em sua Casa Azul. Para comer: confira a culinária ítalo-americana da Casa Della Mozzarella, com muçarela de búfala de fabricação própria.
*Matéria publicada em Casa Vogue #357 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)