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Renzo Piano põe a ciência contra a crise

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  (Foto: Claudia Corret (Archivio MUSE Museo delle Scienze))

Não faz nem um mês que o arquiteto Renzo Piano apresentou ao mundo mais uma de suas megacriações. Desta vez foi o Muse, um moderno museu de ciência erguido em Trento, no norte da Itália. Sendo um projeto de Renzo Piano, não se trata, é claro, de um simples espaço museológico. Ele afeta, mais ou menos, toda a dinâmica da cidade italiana. “Investimos dez anos neste projeto, do museu à regeneração do antigo distrito industrial no qual ele se insere”, conta Piano. “E em se tratando da Itália, é um milagre que a obra tenha sido completada de modo tão suave”, brinca.

Antes de desbravar as minúcias arquitetônicas do museu, cabe avaliar que a sua mera presença, tendo a assinatura de quem tem, muda a forma como Trento é encarada. A construção repousa no centro de um novo parque urbano, cercado por áreas residenciais e de lazer. Trento, em processo de atualização volta, assim, a integrar o roteiro turístico europeu, o que não é nada mal, se considerarmos o momento de crise pelo qual passa o continente.

Além de promover o salvamento de parte de seu país, Piano lança o olhar do visitante à natureza. Ele faz isso tanto ao buscar soluções sustentáveis em seu fazer arquitetônico, quanto no desenho do prédio em si. O formato da obra, apesar de sua linguagem high-tech, faz clara referência à cadeia de montanhas que finda o horizonte por ali. É impossível evitar o zigue-zague que faz o olhar entre os picos envidraçados e os picos das Dolomitas.

Do lado de dentro, o projeto surpreende ainda mais, em parte graças à premissa que rege o Muse: o emprego da tecnologia na tarefa de tornar a ciência atraente. No trajeto estabelecido pelo arquiteto – que descende do alto – uma longa história está exposta. Se fala desde o nascimento do sistema solar, até os ecossistemas dos Alpes, passando por questões relativas à ecologia, sustentabilidade e o aquecimento global. Efeitos multimídia não faltam, bem como alguns sensoriais, como a possibilidade de tocar numa geleira.

  (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

Outro tema cativante bem explorado é a pré-história. Entre outras peças, há no acervo três réplicas de dinossauros em tamanho natural: um Triceratops, um Ophtalmosaurus e o Dilophosaurus. De modo geral, os animais foram expostos segundo o conceito de gravidade zero, ou seja, eles pairam no ar, nos vãos livres da arquitetura. No centro da mostra sobrevoa, enorme, o esqueleto de uma baleia. (Além do museu, o edifício com seus mais de 12 mil m² comporta um audacioso centro de pesquisa).

De volta à arquitetura, percebe-se a aguda preocupação de Piano com o meio-ambiente. Ele instalou no projeto painéis solares, sondas geotérmicas e uma cisterna para recuperação de água da chuva, que é usada nos banheiros, na irrigação da estufa, para alimentar o aquário e o corpo de água que cerca o edifício. Sistemas de isolamento e sombreamento são controlados por sensores, de modo que a regulagem que alcança a maior eficiência está sempre em vigência. Ainda assim, a iluminação e a ventilação natural são o foco da arquitetura.

Privilegiaram-se no projeto de interiores os materiais de origem local, para reduzir as distâncias do transporte de carga, reduzindo também a poluição causada pelos veículos. O bambu de produção Italiana reveste diversas superfícies, devido à rapidez de maturação desta planta. Enquanto o bambu leva quatro anos para atingir o tamanho certo para o corte, madeiras mais tradcionais demandam ao menos 40 anos para chegarem ao mesmo ponto.

Com o Muse, Piano explora a relação entre natureza, ciência e sociedade, fazendo-nos ver os mútuos impactos das partes. Além disso, assume o encargo de apontar a rota de fuga da crise para a Europa. O arquiteto crê piamente que não há outro caminho, senão o enriquecimento cultural.

  (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

 

  (Foto: Massimo Zarucco (Archivio Ufficio stampa PAT))

 

  (Foto: Massimo Zarucco (Archivio Ufficio stampa PAT))

 

  (Foto: Claudia Corret (Archivio MUSE Museo delle Scienze))

 

  (Foto: Claudia Corret (Archivio MUSE Museo delle Scienze))

 

  (Foto: Claudia Corret (Archivio MUSE Museo delle Scienze))

 

   (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

 

  (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

 

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  (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

 

  (Foto: Alessandro Gadotti (Archivio TrentoFutura))

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