Encontrados por arqueólogos na República Tcheca, os mais ancestrais fragmentos de peças de cerâmica datam de 24.500 a.C, antes mesmo do período Neolítico. Foi justamente no campo de estudo de tal artefato – o mais antigo produzido pelo homem – que a designer Kirstie van Noort mergulhou. Para ela, este universo milenar é pura poesia. A jovem holandesa, que mantém seu estúdio homônimo na cidade de Eindhoven, enxerga o design como uma forma de comunicar um processo ou uma história por trás de determinada matéria. Se um desses dois objetivos a instiga, ela começa a produzir.
O foco do seu ofício foi determinado durante sua graduação na Design Academy Eindhoven, para a qual desenvolveu a Ceramic Paint/Collection Cornwall, em 2011, como projeto de conclusão de concurso. “Interessada em conhecer a origem da produção de porcelana, fui ao condado de Cornwall, na Inglaterra, onde grandes quantidades do material são extraídas todos os anos. O local foi muito importante e rico durante a Revolução Industrial. Até os anos 1990, suas minas forneciam grandes quantidades de cobre, estanho e prata, mas o preço dos materiais caiu e muitas dessas minas fecharam. O resultado é uma região abandonada marcada por pilhas de materiais brutos”, conta ela. Depois da sua primeira visita, em 2010, Kirstie voltou outras vezes para Cornwall a fim de dar continuidade às pesquisas que, além de renderem fotos lindas e instigantes, também inspiram várias das suas coleções.
Em 2014, a criativa embarcou para o Japão para aprender mais sobre as ferramentas e técnicas de pintura utilizadas ali. Sua meta: criar o jogo de mesa perfeito, com equilíbrio de forma e nuances. Confira no site da designer fotos que registram essas novas pesquisas e as anteriores, materializadas na forma de delicados vasos, pratos, jarras, tigelas, copos e outros.