Se a história coloca os Estados Unidos como a principal potência mundial hoje, deve-se olhar para a primeira metade do século 20 para entender o por que. Internamente, este foi um período de guerras, incertezas econômicas e um momento de êxodo para os centros urbanos. Enquanto o país se transformava, a desconfiança da população crescia, e as mudanças alimentavam intensamente os artistas da época. Com a intenção de elucidar, por meio da arte, o sentimento do povo norte-americano daquele tempo, o MoMA colocou em cartaz neste final de semana a exposição American Modern: Hopper to O’Keeffe.
São apresentados ao público pinturas, desenhos, esculturas, gravuras e fotografias realizadas entre os anos 1915 e 1950. As obras confrontam a nova realidade da sociedade, urbana e industrial, com uma visão idealizada da vida no campo.
As mudanças na paisagem das grandes cidades, o relacionamento do homem com esse novo cenário e a nostalgia flagrante pela vida no interior são temas recorrentes das obras exibidas. A saída do campo produziu uma dor irreparável à sociedade americana, que encara com estranhamento, mas também admiração, o novo ambiente urbano em que vive.
O campo, nessa nova perspectiva, torna-se lugar inatingível, concebido de forma utópica, vazio por aqueles que se foram. Já a cidade figura ausente de multidões – comuns a centros urbanos –, e a presença humana quase sempre aparece solitária. Uma impressão de isolamento invade as obras da exposição e sugerem o sentimento de uma época, que, por que não, estabelece um paralelo com os dias atuais.
Ou o "avanço" de nosso estilo de vida não parece trazer consigo uma sensação de vazio? Para quem estiver em Nova York, imperdível.
American Modern: Hopper to O’Keeffe
Local: MoMA
Endereço: 11 W 53rd St. New York, NY
Data: até 26 de janeiro de 2014