O arquiteto indiano Charles Correa faleceu ontem em Bombaim, na Índia, alguns meses antes do seu aniversário de 85 anos. Após conquistar seu diploma, em 1958, Charles dedicou-se a diferentes vertentes do ofício, entre projeto residencial, planejamento urbano, desenvolvimento de habitações sociais e ensino acadêmico. Preocupado desde o início da carreira em melhorar a qualidade de vida em seu país, ele realizou feitos que lhe garantiram o título de maior incentivador do movimento moderno na arquitetura indiana. O primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, publicou ontem em seu twitter uma breve homenagem ao mestre, descrevendo sua produção como: “muito apreciada, refletindo brilhantismo, zelo inovador e maravilhoso sentido estético”.
Sua obra para o Mahatma Ghandi Memorial, em homenagem ao pacifista e líder do movimento pela independência da Índia, foi a primeira a lhe trazer fama internacional. Depois dela, outros trabalhos memoráveis vieram, como, por exemplo, o projeto de Nova Bombaim. Em 1970, Charles liderou a equipe responsável por planejar a nova cidade, ao lado de Bombaim, traçada para abrigar cerca de dois milhões de pessoas.
Nos últimos anos de vida, Charles se dividiu entre a mesa de desenhos – de onde saiu, por exemplo, o complexo de 60 mil m2 do centro de pesquisas da Fundação Champalimaud, inaugurado em Portugal em 2010 – e as salas de aula. Ele atuava como professor do curso de arquitetura e urbanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. Entre os prêmios da sua coleção, destacam-se o Padma Shri de 1972, entregue pelo presidente da Índia, e o UIA Gold Medal de 1990, da International Union of Architects.