Seria quase um pecado descaracterizar os detalhes arquitetônicos de um apartamento como o do casal James Ramsey e Jennifer Blumin. Localizado no bairro nova-iorquino de TriBeCa, o loft construído na década de 1830 é cheio de detalhes charmosos: janelas antigas, paredes de tijolos aparentes e um teto todo trabalhado em chapas de estanho. Praticamente uma viagem no tempo até o século 19.
Os US$ 700 mil que gastaram para reformar a propriedade - que custou outros US$1,8 milhões -, vieram para deixá-la ainda mais especial. Ele, diretor do estúdio de design Raad e ela, fundadora da empresa Skylight, que adapta espaços históricos para a utilização, eram as pessoas mais adequadas para operar tal transformação.
Logo surgiram elementos modernistas cuidadosamente escolhidos. Paredes brancas, piso de carvalho e eletrodomésticos de aço inoxidável na cozinha passaram a temperar com charme de outra época aquele pequeno reino de quase 200 anos. Uma espécie de modernismo quente, como definiria Jennifer.
Logo na entrada, saindo do antigo elevador, o clima aconchegante já pode ser notado. A luz que entra pelas vidraças vintage permite que folhagens tropicais alcancem o topo do teto de pé-direito duplo. Uma daybed cheia de almofadas convida para alguns segundos de relaxamento – não é à toa que a prole do casal, Phineas e Theodore, tenham escolhido este como um dos pontos favoritos do lar.
Perto da lareira fica o media center da família, um armário baixo, de nogueira, que evoca o estilo vintage dos aparelhos de som dos anos 1960. A peça, criada por Ramsey para um cliente, foi recriada para o próprio uso.
A cozinha e a sala de jantar, cômodos que comumente são muito escuros em construções dessa época, ganharam novas janelas, mesma estratégia aplicada no quarto de hóspedes e no das crianças.
Para completar esse mix de épocas, a residência ganhou vários toques naturais com um quê de exótico. Sobre a mesa de jantar, foi pendurado um esqueleto de baleia beluga feito de gesso. Fotos de uma lula gigante decoram o banheiro de hóspedes. E na parede do quarto do filhos, uma máscara de morsa. "Nós adoramos animais esquisitos", confessam.