"Minhocão no chão” é o que eu mais quero. Lembro no início dos seus dias como tinha medo de percorrer seus 3500 metros no Maverick do meu pai, especialmente após a queda, em 1971, do Paulo de Frontin no Rio. Nunca entendi seus desníveis e, com o tempo, comecei a me solidarizar com os pobres moradores dos edifícios que ladeiam seu mal executado concreto. Hoje, muitas vezes, me valho do seu traçado para ir daqui do Pacaembú para os limites da cidade. Pensando em mim, até que aquele dragão é bem conveniente. Agora vamos nos focar na cidade e especialmente nos concidadãos que moram na Av.São João. A quem interessa o minhocão?
Tenho acesso de riso e ira quando leio textos de urbanistas e curiosos tentando traçar um paralelo com o High Line, em Nova York, que nasceu nas costas de edifícios originalmente comerciais e não cisalhando uma avenida residencial , dividindo e segregando a cidade. Qual o destino disso? O correto, CLARO, seria a demolição, mas parece que grande parte dos paulistanos não compactuam com essa ideia. Transformar o minhocão num imenso parque suspenso é no mínimo naïf, haja visto a precária manutenção dos parques públicos da cidade, a falta de segurança e tudo o mais. Agora, desafio mesmo é solucionar a área sob o elevado degradada pela simples presença dele.
O grupo Triptyque e o paisagista Guil Blanche apresentaram uma proposta ao prefeito muito bem intencionada e preocupada com a falta de incidência de luz natural, um ótimo plano B. É importante para nós que vivemos em São Paulo usar um pouco do nosso tempo para pensar em como melhorar a cidade. Minha posição, no entanto, sempre será matar o mal pela raiz, fazer o mesmo que o governo do Rio fez com a perimetral: dinamitar! Quem se habilita?
